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Estudo realizado pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), por Engenheiros de Produção, comprovam a existência de uma inter relação entre os procedimentos odontológicos e LER/DORT e, também, evidenciou um forte componente relacionado à organização do trabalho, que compromete na produtividade e qualidade de vida dos Densitas.

Em nossa profissão, nos submetemos à constrangimentos em virtude da execução do nosso trabalho, ou seja: campo visual restrito e área de trabalho pequenas e com muitos acidentes anatômicos (dentes), o que nos obriga a fixar uma posição que propicia o aparecimento de patologias.
Segundo Michalak-Turcotte (2000) dentistas apresentam dores músculo-esqueléticas mais do que outros. Enquanto a prevalência de dores músculo-esqueléticas atinge um índice de 62% na população em geral, nós, CD, atingimos 93%. Com isso, temos uma produção e qualidade de trabalho diminuídas e temos a constante necessidade de adquirir estratégias para nos adaptarmos melhor às condições de trabalho, em virtude dos sintomas causados por LER/DORT.
O termo ERGONOMIA (veja mais no site do colega, Dr. Fabrício, Vida De Dentista) deve ser entendido como ciência de aplicação de conhecimentos relativos ao homem, ao processo e aos produtos, buscando funcionamento harmônico e seguro do sistema homem-máquina (no nosso caso, OPERADOR-MÁQUINA-PACIENTE).
A ANVISA (Brasil, 2006), em seu documento “Serviços Odontológicos: Preveção e Controle de Riscos“, considera como riscos ocupacionais a possibilidade de perda ou dano e a probabilidade de tal perda ou dano ocorrer. Segundo esse documento, os riscos mais comuns de ocorrerem, em Odontologia, são:
  • FÍSICOS: Ruído, vibração, radiação ionizante, temparaturas extremas, iluminação deficiente ou excessiva, umidade e outros. Causados por: alta rotação, compressor de ar, RX, laser e fotopolimerizadores, autoclave, ar condicionado, etc.
  • QUÍMICOS: Poeira, névoa, vapores, gases, mercúrio e produtos químicos em geral. Causados por: amalgamadores, desinfetantes químicos e gases medicinais.
  • ERGONÔMICOS: Postura incorreta, ausência de profissional auxiliar, falta de capacitação profissional auxiliar, atenção e responsabilidades constantes, ritmo excessivo, falta de planejamento, repetições constantes, etc.
  • MECÂNICOS OU DE ACIDENTES: espaço físico subdimensionado, arrajno físico inadequado, instrumental impróprio, etc.
  • POR AUSÊNCIA DE CONFORTO NO AMBIENTE DE TRABALHO
  • BIOLÓGICOS: probabilidade de evento adverso em virtude da presença de um agente biológico.
Hoje em dia, os CDs desenvolvem suas atividades profissionais com sofrimento psíquico e físico. Atuam em um contexto social de alta competitividade, aumento de produtividade e redução de custos. Segundo autores (Rio & Rio 2000) a ergonomia odontológica visa, principalmente:

  • propiciar maior conforto no trabalho
  • prevenir stress e fadiga visual, física e psíquica
  • prevenir patologias (dormência, perda de força, varizes nas pernas e afecções músculo-esqueléticas relacionadas ao trabalho)

Atualmente é absurda a idéia de trabalharmos sem auxiliar. A técnica de tranferência de materias, usada na Medicina, é pouco praticada na Odontologia. O sistema “4 mãos” não se configura numa simples transferência de material, mas é o caminho para um trabalho inteligente e eficiente.

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