Talvez você não acompanhe o blog há muito tempo (shame on you!), então pode ser que ainda não tenha lido o post onde eu conto sobre o dia em que ganhei uma avaliação odontológica. Recomendo que você clique no link e leia, mas em resumo foi mais ou menos assim…

… em 2011 recebi uma ligação dizendo que eu havia sido “sorteada” pra fazer uma avaliação gratuita numa clínica que fica aqui perto de casa. CLARO que eu marquei e fui. Naquela oportunidade a dentista que me atendeu enxergou 4 cáries, necessidade de raspagem periodontal e da troca de uma contenção ortodôntica fixa que hoje eu não uso mais. O tratamento completo ficou a bagatela de R$ 950,00. De lá pra cá a única diferença é a ausência da contenção, não me submeti a qualquer outra intervenção odontológica. Sendo assim, dá pra comparar os achados daquela consulta com a avaliação que eu fiz hoje.

Pra começar a história do começo: na última segunda-feira me ligaram da mesma clínica dizendo que estava sendo feita uma “campanha de saúde bucal” direcionada ao público do shopping onde está instalada a clínica. A desculpa até que foi melhor né, porque cliente do shopping eu sou mesmo, mas me inscrever pra sorteio de avaliação odontológica eu nunca me inscrevi 😀 . Como da outra vez, me senti na obrigação de agendar a tal avaliação, só pra poder dividir essa experiência com vocês.

Pois bem. Chegando lá uma moça me recepcionou e, ali mesmo na recepção, fez algumas perguntas básicas: se eu tinha alguma queixa, se eu já tinha usado aparelho (quando, quanto tempo) e há quanto tempo eu não ia ao dentista. Não gravei essa parte porque não imaginei que ela fosse me fazer essas perguntas na recepção. Aí ela anotou algumas informações numa ficha clínica e pediu que eu aguardasse na outra sala pra ser chamada, o que demorou uns 2 minutos.

A dentista me chamou pelo nome e lá fui eu…

Fazendo uma comparação com a avaliação de 2011, mesmo sem ter feito qualquer tratamento que me foi proposto na época, minhas condições bucais parece que melhoraram de lá pra cá… dessa vez eu “preciso”:

  • Remover 1 cárie num molar superior do lado esquerdo, que eu não sei se é o 26 ou o 27, pois ela não especificou;
  • Fazer 4 sessões de “pério básica” pra remover o tártaro que eu não tinha naquela época e continuo não tendo hoje;
  • Usar uma ~placa miorrelaxante de silicone~ pra dormir, já que eu tenho bruxismo. Só que eu não tenho.
Avaliação (clique pra ampliar)

Avaliação (clique na imagem pra ampliar)

Minhas considerações
  1. A cárie que eu supostamente tenho não é cárie, mas pigmentação de uma restauração de amálgama que eu removi há alguns anos… então o dente tem um escurecimento, mas não necessita de intervenção. Quem olha rápido e não conhece o histórico, pode até pensar em cárie… mas não é. Uma radiografia resolveria o impasse… mas radiografar (ou fazer anamnese) numa avaliação odontológica gratuita feita em 4 minutos? Não dá.
  2. Continuo querendo saber onde se esconde todo esse cálculo que eu tenho na boca… deve ser subgengival mesmo, porque eu não vejo! 😀 Em 2011 a dentista encontrou R$ 400,00 só de tártaro, o que na época foi o item mais caro do “orçamento”… e a mocinha que me atendeu depois pra fazer a negociação financeira deixou bem claro que se eu não fizesse a raspagem poderia perder meus dentes. Já são 4 anos desde então, e meus dentinhos estão todos aqui. Glória a Deus.
  3. Antes mesmo de eu abrir a boca, a dentista que me atendeu me questionou sobre os estalidos que eu tenho na ATM, informação que a moça que me recepcionou havia anotado na ficha clínica. Como vocês mesmos escutaram, às vezes ~eu sinto o  maxilar cansado~ (eu tinha que me expressar leigamente gente, I’m sorry), e eu SEI que não tenho bruxismo / apertamento noturno. Meu marido nunca me ouviu ranger os dentes durante o sono e eu nunca senti essa fadiga muscular ao acordar. O apertamento que eu faço é esporádico e totalmente ligado a situações de estresse… tenha 2 filhos pequenos pra ver se você não aperta os dentes de vez em quando… 😉 . Eu deixei claro isso pra dentista, mas mesmo assim ela me prescreveu uma placa miorrelaxante noturna, e do tipo flexível, que não “miorrelaxa” nada (pelo contrário)… isso sem nem checar se havia algum desgaste nos meus dentes que exigisse esse tipo de dispositivo. Ela me perguntou sobre os estalidos, mas em momento algum examinou minha ATM. Por quê? Porque em 4 minutos não dá.
  4. Uma coisa que eu achei legal: na ficha de orçamento (que vocês veem lá em cima, cliquem pra ampliar) consta a cobrança de uma consulta de anamnese, ou seja: haveria mais uma consulta antes de eu começar o tratamento, então imagino que nessa consulta seriam feitos exames mais específicos, de imagem inclusive, o que poderia mudar tudo. Ou não. 🙂

De forma geral, eu fui melhor atendida desta vez. Ainda não é o ideal, mas me parece que, até certo ponto, não tentaram me “empurrar” tratamentos, embora, como já expliquei, eu não preciso de nenhum dos que me foram propostos. Mas eu sou dentista e me conheço, já a “minha dentista” teve apenas 4 minutos pra me avaliar e propor alguma coisa. Da outra vez a aventura foi mais divertida (sério gente, leiam o post, vocês não vão se arrepender), mas desta vez eu até fiquei mais satisfeita.

Não vou dizer o nome da clínica porque isso é irrelevante. A gente sabe como esse tipo de clínica é, muitos de nós já trabalhamos em lugares assim. As lições que ficam pra mim, novamente, são de se colocar no lugar do paciente – o que é um útil exercício de humildade – e de que uma consulta odontológica séria não se faz em 4 ou 5 minutos.

Quem sabe daqui a 5 anos, quando me ligarem de novo, as coisas estejam bem diferentes na Odontologia de um modo geral. Tomara. 😉

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