Sabe aquela história de escovar os dentes por meia hora antes da consulta com o dentista? Não adianta nada. A gente sabe quando a pessoa tem bons hábitos de higiene. E quando não tem, também.

Quando você abre a boca, o dentista não olha só pros seus dentes. A gente avalia gengiva, mucosa, a língua e outras estruturas anatômicas. Além de fazer um monte perguntas sobre a sua saúde geral, porque nem tudo que o dentista precisa saber está dentro da boca.

Por exemplo, se você tem a gengiva mais esbranquiçada, pode estar com anemia. Se tem gengivite, o problema pode estar além da higienização deficiente: você pode estar estressado, já que no estresse o organismo libera mas cortisol, uma substância ligada à inflamação.

Se você tem xerostomia, que é a dimuição do fluxo salivar, isso pode ter a ver com o uso de antidepressivos e até anti-histamínicos.

Se você anda tendo muita sede, muita fome, vontade constante de fazer xixi, fadiga e perda de peso, pode estar com diabetes. O dentista não trata diabetes, mas vai encaminhar você pra um médico pra tratar.

Doenças autoimunes como o lúpus e a doença de Crohn (uma doença inflamatória intestinal) costumam ter manifestações bucais (geralmente manchas avermelhadas).

A gengivite e a hiperplasia gengival podem ser sintomas precoces de leucemia, por exemplo.

Doenças no coração podem estar associadas a doenças gengivais. Pessoas com problemas periodontais são mais propensas a desenvolver doenças cardíacas.

Em resumo: a boca não é uma entidade separada do corpo: doenças bucais podem causar ou favorecer o desenvolvimento de doenças em outras partes do corpo, assim como doenças sistêmicas podem manifestar-se na boca. Isso, em si, já é razão mais do que suficiente ir ao dentista pelo menos 1 vez por ano. Mesmo que você não tenha nada do que se queixar.

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