Aloizio MercadanteO Ministro-Chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, usou a seguinte analogia:

“Ajuste fiscal é como dentista. Ninguém quer, mas tem que ir”.

Os dentistas não gostaram e o CFO se pronunciou a respeito da seguinte forma:

O Conselho Federal de Odontologia declara indignação às palavras do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto: “Ajuste fiscal é como dentista. Ninguém quer, mas tem que ir”, disse Mercadante, segundo publicação na grande mídia nacional.

O CFO acredita que o ministro-chefe se referiu, negativamente, à classe odontológica ao defender o ajuste fiscal imposto pelo governo federal de forma pejorativa aos cirurgiões-dentistas. O Conselho Federal de Odontologia manifesta preocupação com esse pronunciamento diante do impacto que pode causar na população e no trabalho de conscientização da preservação da saúde bucal e da própria vida de seus cidadãos. Suas palavras levam toda uma classe que trabalha com dignidade ao descrédito e receio à figura do cirurgião-dentista, assim como também ao tratamento odontológico que tanto trabalhamos para difundir e divulgar aos cidadãos brasileiros. As palavras do senhor ministro-chefe ferem também a Política Nacional da Saúde Bucal do Ministério da Saúde, do qual temos trabalhado em parceria dentro das políticas públicas formuladas em prol da sociedade.

Os cirurgiões-dentistas são exatamente ao contrário ao que diz o ministro: as pessoas o procuram na certeza de que ali vão encontrar a solução de sua dor bucal como, principalmente, a preservação de sua saúde. Certamente, o ministro Aloizio Mercadante já foi muito bem atendido por um profissional competente, habilitado e preocupado em tirar sua dor. A classe odontológica muito se empenha nas políticas públicas para a melhoria da qualidade da saúde bucal do país, por meio de ações proativas e educativas destinadas a conscientizar o cidadão sobre a importância e os cuidados com a saúde bucal da população brasileira.

Ao trabalhar com medidas que melhorem a vida do cidadão, o CFO também defende ações pela valorização profissional na saúde bucal. Prova disso, em recente pesquisa realizada pelo CFO, em 2014, o cirurgião-dentista foi reconhecido pelo cidadão com nota 9 em seu trabalho e atendimento. Dessa forma, é totalmente descabida a comparação desse profissional com declarações que firam a dignidade e a respeitabilidade do cirurgião-dentista. Atitude como esta interfere, negativamente, na credibilidade da população a um trabalho que gera qualidade de vida.

As palavras do ministro Aloizio Mercadante contradizem a tudo o que o CFO e toda a classe odontológica procuram trabalhar para dignificar no país: a saúde e os direitos públicos do cidadão na saúde bucal.

O Conselho Federal de Odontologia em defesa de todos os profissionais de sua classe deu entrada na Presidência da República, nessa sexta-feira, de documento pedindo uma justa forma de retratação para com a classe.

Ailton Morilhas
Presidente do Conselho Federal de Odontologia

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Também não curti a analogia, mas confesso que não me incomodou tanto assim. O ministro não é dentista, portanto se enquadra na categoria “paciente”, o que o leva a ter uma percepção própria, pessoal, sobre à visita ao dentista. “Ah, mas ele tem que dar o exemplo”. É, tem…

Me lembra o que o Dr. José Bento disse no Bem Estar, programa matinal da Rede Globo, ao ser questionado sobre como alguém pode se acalmar diante da anestesia odontológica: “Olha, se você souber como, você me fala também, porque a anestesia do dentista é a coisa mais apavorante que existe!”. Isso vindo de um médico! Foi espontâneo… inapropriado, mas espontâneo. 😉

Enfim… não acho que a declaração dele leva a nossa profissão ao descrédito como afirma o CFO, até porque ele disse que TEM QUE IR, não é opcional, é algo necessário pra manutenção da saúde. E espero sinceramente que, mesmo não gostando, ele vá sempre.

Afinal de contas, saúde é como o PT: tem que ficar sempre de olho. 😀

Veja no site do CFO

 

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