A atriz americana Demi Moore, 54, afirmou que chegou a perder seus dois dentes frontais devido ao acúmulo de estresse na carreira. A revelação foi feita na TV americana, no programa do apresentador Jimmy Fallon.

Apesar do clima bem-humorado – o “estrago” já foi consertado – a atriz fez questão de frisar na entrevista que este é um assunto que deve ser tratado com seriedade pela população e governantes, pois se trata de uma condição silenciosa e às vezes subestimada.

Demi Moore e Jimmy Fallon

Demi Moore e Jimmy Fallon

“Eu adoraria dizer que perdi os dentes andando de skate ou fazendo algo realmente legal, mas acho que é importante compartilhar. Depois da doença cardíaca, um dos maiores assassinos nos Estados Unidos é o estresse”, disse ela em vídeo divulgado ontem.

Após participar do programa, Demi revelou, em um comunicado ao site Page Six que os dentes não caíram na mesma época, como sugeria a foto mostrada no programa.

“Aconteceu num intervalo de um ano, mas permanece o fato de eu ter perdido meus dois dentes da frente. Agradeço a Deus pela Odontologia moderna. Sem ela, eu não estaria sorrindo no Tapete Vermelho”.

Esta não é a primeira vez que Demi Moore fala sobre a perda dentária em uma entrevista. Em 2010, ela disse no programa da apresentadora Ellen DeGeneres como um dos dentes simplesmente caiu em sua mão.

Demi Moore sem o incisivo central

Foi o estresse mesmo?

Então… não que o estresse não possa ser um fator colaborador… mas ele sozinho não faz cair dente nenhum. Uma pesquisa realizada na Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual de Campinas aponta que o estresse, quando associado à má higiene bucal, aumenta as chances de desenvolvimento de inflamações na gengiva e nos tecidos de suporte dentário. Outra pesquisa realizada na Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Unicamp, relacionou as doenças periodontais também com o estresse. O estudo deu origem à tese de doutorado de Daiane Cristina Peruzzo. 

Entenda a relação entre estresse e doença periodontal

A pesquisa conduzida por Peruzzo foi dividida em três fases. A primeira revelou que os estudos em humanos apontam, em sua maioria, uma forte correlação entre o estresse, fatores psicológicos, e a doença periodontal.

A segunda e a terceira fases da pesquisa foram compostas por experimentos utilizando camundongos. Foi observado que a presença do estresse crônico pode modular a doença periodontal por meio de um aumento local nas proporções de fatores pró-inflamatórios e pró-reabsorção óssea, favorecendo, assim, a destruição óssea periodontal.

“O estresse, a depressão e a ansiedade podem levar à quebra do equilíbrio tecidual do periodonto, facilitando o gatilho gerador das doenças periodontais frente à placa bacteriana”, afirma Eduardo Saba-Chujfi, periodontista do Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic. “Esta relação se deve a liberação de hormônios como o cortisol, assim como a grande produção de adrenalina”, prossegue. Ainda, em nível biológico, o estresse age através da redução do fluxo salivar e da alteração da circulação gengival.

A pesquisadora ainda destaca que agrava este quadro, o fato de o estresse também ser responsável por um impacto comportamental negativo sobre a saúde bucal. “Indivíduos com altos níveis de estresse tendem a piorar seus hábitos, negligenciando a higiene bucal, aumentando o consumo de cigarros e a ingestão de bebidas alcoólicas, descontrolando cuidados com o diabetes e mudando a dieta”.

Peruzzo pretende agora dar continuidade às pesquisas a fim de avaliar se pacientes diagnosticados com estresse crônico respondem de forma diferente ao tratamento da doença periodontal.

Via US Magazine e Unicamp

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