Aconteceu na tarde de sexta-feira, 2 de fevereiro, em São Paulo, uma nova apreensão de produtos odontológicos irregulares. Desta vez, surpreendentemente, a ação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ocorreu dentro do CIOSP 2018, principal congresso de Odontologia do país.

Empresa já vinha sendo investigada

Após investigar uma empresa chinesa que estava expondo seus produtos na feira, a Anvisa identificou diversas irregularidades administrativas e de fabricação dos produtos, fazendo a lacração do estande e, também, levando os responsáveis para prestar depoimentos na delegacia. Cirurgiões dentistas que, no momento, estavam efetuando a compra de produtos também foram identificados.

Pirataria no CIOSP

Durante todo o evento, a parceria entre ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios) e Anvisa promoveu palestras sobre a importância de reconhecer e lutar contra empresas que fabricam e distribuem produtos irregulares e que atentam contra a saúde dos pacientes. Todos os dias, às 17h, Marcel Figueira, coordenador do CSEGI (Coordenação de Segurança Institucional), da Anvisa, promove uma palestra elucidativa que além de explicar as questões jurídicas e criminais envolvidas neste tipo de produção pirata, alerta os profissionais sobre a importância de certificar a procedência dos produtos que utilizam em seus consultórios.

Na palestra, o coordenador apresenta as principais características dos produtos pirateados e explica como funciona a Operação Fake, que em 2018 entra em sua terceira fase e, até o momento, já fechou 15 empresas, duas clínicas, uma escola e efetuou 16 prisões em flagrante, apreendendo mais de 223 mil implantes, componentes e instrumental em desconformidade com a lei.

Pirataria na Odontologia

Segundo levantamento da ABIMO, dos mais de 2 milhões de implantes feitos no Brasil, 30% são realizados com produtos sem procedência, sem o conhecimento do consumidor. A utilização desses materiais pode gerar graves danos aos pacientes, visto que pode haver rejeição por falta de esterilização e pela ausência de matéria prima qualificada. Além disso, a utilização de produtos irregulares submete o paciente à chance de infecções que podem resultar na necessidade de remoção do implante dentário com perda de tecido ósseo, o que torna o enxerto necessário, além de dar início à complicações que podem, inclusive, levar à óbito.

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