Não é raro atendermos um paciente usuário de aparelhos protéticos. E, também, não é raro encontrarmos algumas falhas na higienização dos aparelhos e dos elementos dentais.

Primeiramente, o paciente precisa ser esclarecido que qualquer tipo de prótese não é um elemento dentário. Essa orientação é fundamental para dar ao paciente a responsabilidade sobre o tratamento e sobre os cuidados que ele deverá ter a partir de então. As próteses, de um modo geral, vem auxiliar na função mastigatória e estética. Mas, em contra ponto, elas são tidas como “corpos estranhos” para o organismo (está aí uma razão que justifique o aumento do fluxo salivar so paciente assim que instalamos uma prótese total, por exemplo).

A ausência de dentes deve ser reabilitada para que não haja sobrecarga das funções do estômago, principalmente quando a ausência de dentes se dá na região posterior.

O que vejo muito no dia a dia de consultório é o uso direto do aparelho e a falta de cuidados com a região desdentada.

Sempre oriento meus pacientes a remover o aparelho caso ele não esteja comendo ou conversando com alguém. Caso ele esteja em casa, “de bobeira” (como brinco com eles), não se faz necessário o uso da prótese. Principalmente enquanto dormem.

Oriento o paciente a higienizar com sabão de coco e escova dental, lavando bem o aparelho em água corrente e, quando não estiver sendo utilizado, que seja mantido em um copo com água filtrada. Isso porque a resina acrílica tende a contrair em local seco e, mais cedo ou mais tarde, o paciente vai se queixar que a prótese “está difícil de encaixar”. Outra região que ressalto durante as orientações é a dos grampos retentores das próteses removíveis. Precisam ser bem escovados principalmente na parte interna, que fica em contato direto com o dente, pois a placa acumulada pode dar início a um processo carioso. No caso de próteses fixas, oriento quanto ao uso de escovas unitufos, tentanto limpar por baixo dos elementos suspensos. Esclareço que o uso de cremes dentais para a limpeza dos aparelhos não é indicado em virtude da abrasividade dessas pastas. Com o tempo, as partículas abrasivas “riscam” a resina acrílica e favorecem a retenção de placa. Outra coisa que deixo claro: COREGA TABS não remove a sujeira. A remoção precisa, necessariamente, ser feita através do uso de uma escova. (Aliás, aguardo até hoje o estudo que a empresa prometeu no CIOSP, comprovando essa asneira aí)

Muito importante, também, são as orientações quanto aos tecidos bucais: língua, bochecha, palato, dentes e gengiva devem ser escovados. Escovas dentais macias para as regiões dentadas e uma escova para bebês para as áres edêntulas. Desse modo, o massageamento da gengiva aumenta o fluxo sanguíneo na região, trazendo células de defesa que combaterão processos inflamatórios que resultem na perda óssea. Também explico ao paciente sobre a lei do “uso e desuso”. Na ausência de dentes, o osso não recebe estímulos. Logo, reabsorve e altera o posicionamento do aparelho. Quando há o massageamento, o osso é preservado e a prótese não fica desadaptada.

Falo da importância do uso de fio dental e bochecho com soluções fluoretadas sem álcool para a manutenção da saúde dos elementos presentes!

Fico muito feliz porque sempre tenho um retorno positivo do paciente após as orientações! Vale a pena!

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