O Brasil é uma nação em franco crescimento econômico. Mesmo em meio à crise, a gente cresce (menos), mas cresce. Antes éramos um país de jovens, o que vem mudando com o passar dos anos: nossa população está mais velha e vivendo mais. O aumento da expectativa de vida do brasileiro, na prática, significa pelo menos uma coisa: a área da saúde ganha evidência.
Segundo projeção do Departamento de Trabalho dos EUA , dos 10 profissionais que mais serão contratados até 2020, 7 atuam na área da saúde… e no 8o lugar da lista está o dentista. Por outro lado, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada recentemente pelo IBGE, diz que 55,6% dos brasileiros não foram ao dentista no ano anterior à pesquisa. Ainda, segundo os dados, entre as pessoas que foram ao dentista naquele ano, 74,3% recorreram a consultórios particulares. As unidades básicas de saúde foram responsáveis por apenas 19,6% dos atendimentos. E se pensarmos apenas nas crianças, segundo a Turma do Bem, projeto que presta atendimento odontológico a pessoas carentes, cerca de 30 milhões de crianças nunca foram ao dentista.
O que esse monte de números significa? Que paciente é o que não falta! 🙂
Mas veja que interessante, a configuração é a seguinte: de um lado vemos dentistas em busca de pacientes e, do outro, potenciais pacientes que não estão em busca de um dentista. Queria ter uma explicação definitiva pra isso, mas creio que o problema é basicamente cultural. As pessoas ainda acham que dentista é um profissional pra se procurar em caso de urgência e, se der pra evitar mesmo na urgência, melhor: vale o conselho da vizinha, a opinião do cunhado, aquela dica na Internet… e por aí vai. Falta a cultura da prevenção. Não bastasse isso, enquanto a maioria dos dentistas está nos grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, a maior parte desse grupo que pouco vai – ou não vai – ao dentista está no interior.
Claro que o problema é muito mais amplo… um monte de profissionais “caindo” no mercado de trabalho todos os semestres, a abertura desenfreada de novos cursos de Odontologia… tudo isso não cabe num post só, mas creio que essas poucas observações já trazem uma luz sobre a situação. Se você não trabalha no serviço público, que é onde está a maioria das oportunidades com carteira assinada para dentistas, hoje não é mais suficiente esperar que o paciente venha até você: é preciso ir atrás dele. E considerando que as possibilidades publicitárias permitidas pelo código de ética são bem restritas, essa não é uma tarefa fácil. Mas, felizmente, ainda dá pra viver eticamente de Odontologia, e viver bem… mas só pra quem reconhece as condições no mercado e se adapta a elas.
E se você procura emprego na área de Odontologia, o melhor site pra achar um é a JobTonic. Fica a dica. 🙂
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