Toda atividade que não envolve a resolução de problemas complexos e não depende de imaginação e criatividade será “dramaticamente” modificada, a ponto de os empregos desaparecerem. A previsão é do pesquisador Silvio Romero de Lemos Meira, referência no país em tecnologia e inovação.

Robô dentista?

Diga AAAAH

Em entrevista à Folha de S.Paulo, ele falou do futuro das profissões e dos avanços tecnológicos que estão transformando o universo do trabalho. Segundo Meira, as atividades mais ameaçadas de extinção são aquelas que podem ser informatizadas mais rapidamente. Boa parte do trabalho de advogados, por exemplo, é pesquisar a jurisprudência e, a partir daí, preparar a síntese dos argumentos que serão usados para defender ou atacar. Já há softwares que fazem isso. É melhor do que pôr um time de advogados para fazer. Não é trabalho de alta complexidade cerebral, mas de busca, organização, correlacionamento. Não precisa ser ministro do STF para fazer.

“Há profissões relevantes agora e que vão sumir. Se informatizarmos as ruas, não haverá placas, faróis. O carro não vai estacionar onde não pode, a rua o informará disso. O guarda de trânsito já era. Imagine informatizar todo o dinheiro. Não há mais dinheiro físico circulando. Se é virtual, as transações ficam registradas. Minha contabilidade é sistêmica. Não tenho mais contador. Desaparece”.

Segundo o entrevistado, a área mais avançada tecnologicamente é a de software. As coisas que fazemos seriam inimagináveis há 15 anos. Por exemplo, edição de DNA, faceta de engenharia de software aplicada a sistemas biológicos. A área de inteligência artificial também. O software deve continuar definindo, no médio e no longo prazo, o que a humanidade faz de mais avançado. Se não tem software não faz sentido olhar como coisa avançada.

E o cirurgião-dentista?

Segundo estudo da universidade de Oxford, a única profissão sem chance de ser informatizada nos próximos 25 anos é a de dentista. A resposta é sociotécnica: “você teria coragem de abrir sua boca para um robô? Precisamos de um grau de confiança em quem vai fazer essa atividade”. 

Depois desses 25 anos… aí não sei. Quem viver, verá. 😉

 

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