Somos treinados pra trabalharmos confinados num consultório fechado. Eventualmente com uma auxiliar, provavelmente uma recepcionista. Mas na minha opinião, não é trabalho em grupo. É um chefe e os empregados fazendo tudo aquilo que o dentista manda. Também não vale contar o protético. Quem nunca teve um pega pra capar com o seu (por culpa dele ou do próprio profissional) ainda não viveu o dia a dia da prótese.

Uma colega está participando de um reality de culinária. Jamais poderemos questionar o profissionalismo odontológico da colega, não estamos falando disso. Nem o lado culinário, que parece ser maravilhoso e ela tem se destacado por méritos próprios. Mas os seus colegas tem encontrado dificuldade em trabalhar com ela nas provas em grupo. (Palavras deles.)

E aí começo a pensar se essa dificuldade em trabalhar em grupo vem desde a graduação, onde no máximo somos divididos em duplas. Confesso que também vejo muita dificuldade em trazer um trabalho em equipe em nossa profissão, a não ser na área da pesquisa científica. E aí? É apenas um reflexo de personalidade ou uma característica a ser desenvolvida?

De certa forma, acredito que é a hora de deixarmos de bairrismo, de observar apenas o nosso trabalho, e colaborar com colegas de especializações diferentes, ou até mesmo as iguais. Criar um grupo de estudo, ou de discussão de casos, até mesmo um grupo da faculdade ou um grupo de amigos, mas sem aquele olhar de procurar defeito ou o que está errado. Ajudar, sugerir, aprender novas técnicas e principalmente a preocupação com o colega de forma pessoal, por que não? Fazer amigos é sempre proveitoso, um amigo que pode te ajudar de forma profissional pode ser um trunfo grande. Em um grupo de pessoas, surgem ideias diferentes, e não é pecado discordar delas. Mas pode te dar um novo ponto de vista que muda seus conceitos e seu paciente vai ser melhor atendido.

Seu colega pode ser seu ajudante, seu concorrente ou seu pior pesadelo. Depende de vocês dois.  Mas sempre começa por alguém, e pode ser você.

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