A mais comum das síndromes humanas, foi constatada pela primeira vez em 1866 pelo médico inglês Langdon Down, que a chamou de mongolismo. Tal terminologia não é usada pela OMS desde 1985.
A nômina “Portadores de Necessidades Especiais – PNE” vem substituindo o termo “excepcionais”. A definição de pacientes especiais está formulada de comum acordo entre as associações de diversos países, como a IADH (International Association for Disability and Oral Health), cujo objetivo é desmistificar a síndrome como sinônimo de incapacidade de participação e integração na comunidade. Serve de alerta para a sociedade, no que diz respeito às limitações e de que esses pacientes necessitam de cuidados especiais.
Atualmente, existe um movimento maior no atendimento e prática clínica oferecidas a PNE, tendo sido regulamentada pelo CFO a especialidade “Odontologia em Pacientes PNE“.
O atendimento ambulatorial deve, sempre, ser realizado em conjunto com a família e por profissional capacitado. Tais pacientes apresentam necessidade aumentada de cuidados preventivos odontológicos, para redução de incidência de cárie e doenças periodontais. Muitos desses pacientes não apresentam coordenação motora capaz de realizar seus cuidados bucais, necessitando de ajuda de mais pessoas. Logo, além da motivação do paciente, faz-se necessária a educação e motivação da família.
A primeira abordagem odontológica deve ser feita através de contato com a família e paciente, bem como intercomunicação entre profissionais, numa abordagem médica, psicológica e social.
Primeiro, necessitamos fazer um condicionamento psicológico do paciente a ser tratado. Caso esse não apresente o resultado esperado, deve-se avaliar recursos como contenção física ou química.
Todo tratamento odontológico é considerado como parte de um programa permanente de saúde, onde medidas preventivas e restauradoras devem estar perfeitamente integradas, ficando na dependência de cada paciente, a sobreposição de uma sobre a outra.
Os locais de atendimento devem ser junto à Instituições que oferecem tratamentos multidisciplinares do portador de necessidade. Nele, o CD integra uma equipe, não agindo/interagindo sozinho com o paciente.
O atendimento da criança portadora de Síndrome de Down deve acontecer antes mesmo da erupção dos primeiros dentes e o CD deve ficar atento, primeiramente, às limitações desse. Algumas alterações devem ser observadas até mesmo para diagnóstico da síndrome, como atraso na erupção dental, baixa incidência de cárie (devido ao atraso de erupção, composição salivar diferenciada e anatomia oclusal mais plana) e alto suscetibilidade à doenças periodontais.
Estudos comprovam que, PNE que começam a frequentar o dentista no primeiro ano de vida, pode ser tratado normalmente e reage bem ao tratamento. Costumam ser amorosos e fáceis de lidar. Quando a criança está acostumada com o dentista, quase não há necessidade de sedação do paciente.
Para qualquer atendimento, o que se faz INDISPENSÁVEL é um bom relacionamento paciente/profissional.
Uma visão global, holística, de um ser especial… Que se pararmos para analisar é melhor que nós, pois desse tipo de paciente, não esperamos maldades no coração, por exemplo!
Dê o melhor de si! E, caso não se julgue apto a atender, encaminhe!
Eles merecem nosso carinho!
Veja também:
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Entrevista com a Dra. Maria Cristina Duarte Ferreira no Sofá do Dentista
Odontologia Especial no Vida de Dentista
Crianças e a Síndrome de Down no Tio Dentista
Síndrome de Up Down no Pensamentos Compartilhados
[…] Sobre as características da Síndrome de Down, recomendo o texto da Dra Ana do Blog Medo de Dentista “Síndrome de Down na Cadeira do Dentista”. Para saber sobre o histórico da síndrome e que tipo de profisional deve atender o paciente com necessidades especiais recomendo o texto do Blog Odontodivas “21 de março – Dia Internacional da Sídrome de Down”. […]
>Meninas, tenho um cunhado Down(37anos)e um primo com Sindrome de Asperger (autismo 31anos), são os pacientes mais dóceis que tenho. Limito-me a atender somente eles, pela relação que temos. Não me sinto apta para mais. Eles tem limiar de dor muito alto, e qdo se queixam, invariavelmente o problema já está adiantado. Toda atenção é pouca. bjos
>Fazem 12 anos que trabalho com pacientes especiais e AFIRMO não são eles que precisam de nós e sim nós deles ! Faz um bem para o coração ! 🙂
>ô Ju, adorei o post! eles merecem todo o nosso carinho. 🙂