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Enfim, você pegou o canudo, bebeu todas no baile de formatura e está apta para exercer a Odontologia! Parabéns COREGA!!! Mas e agora?

Frio na barriga, dúvidas e um pensamento frequente: “não sei nada, e agora?” Calma…

Nós, DIVAS e outros colegas de blogs Odontológicos, passaram por isso e afirmam: aos trancos e barrancos, fomos vencendo uma batalha de cada vez!

Vou contar minha história e dar algumas opiniões que acho relevante.


21 de Dezembro de 2006 – colação Oficial do curso de Odontologia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho / UNESP – Campus de São José dos Campos. Eis o dia e a minha Universidade.
Saí dali com emprego garantido: um contrato de 2 anos no PSF da minha cidade, Resende/RJ.

No dia da colação de grau festiva, já estava trabalhando. Foi um momento turbulento da minha vida, por razões pessoais, e conseguir esse emprego me fez não cair em depressão (há 1 mês antes de me formar, perdi meu pai num acidente de carro, causado por um motorista alcoolizado). Anyway…

Hoje, tendo passado pela rede pública e trabalhar em consultório particular, afirmo: O SUS FOI O MELHOR ESTÁGIO DA MINHA VIDA! Lá, aprendi como preencher um formulário corretamente, aprendi a ser rápida no atendimento clínico (uma vez que a fila de espera é gigante e as comunidades são CARENTES, não só em questão financeira), “peguei mão”, como dizem, aprendi a fazer preparos, extrações seriadas, acessos de emergências, sutura… TUDO ISSO SEM QUALQUER TIPO DE AUXILIAR ODONTOLÓGICO. Aprendi como ligar um compressor, a drenar um compressor, desentupir o sugador e a ME ORGANIZAR para atender. Lembro que, ao término de cada paciente, já lavava os materiais e os deixava em cima da “estufa”, na certeza de que eles estavam prontos para serem esterelizados. Aprendi a separar os instrumentais mais usados. Ou seja, criei kits. Deixava separado para o uso: pinça, espelho, explorador, carpule, espátula de resina e aplicador de hidróxido de cálcio. Até hoje, no meu consultório, eu tenho isso separado para me facilitar.

Desvantagens do SUS: eu me acomodei. Deixei de estudar, pois o dinheiro era certo e não havia a necessidade de “saber mais” para o que eu fazia (pensamento IGNORANTE visto e não praticado hoje).
Quando meu contrato terminou, eu surtei. Peguei todos meus cadernos de faculdade, meus livros e fui estudar tudo de novo. Fiz resumos, li e reli apostilas… Mas é no tropeço que a gente levanta. Lá vamos nós! Imprimi uns 20 curriculums e sai distribuindo por Resende. Em 1 semana, eu consegui emprego em 4 lugares. Cada um num esquema.

Em um, eu pagava um aluguel. Em outro, recebia porcentagem dos pacientes de convênio e não pagava nada pelos particulares, mas eu tinha que fornecer o material de consumo. Em outro, era meio a meio, com a dona do consultório dando tudo e, somente pacientes particulares.

Aprendi…

Hoje, trabalho numa clínica, com mais 4 colegas, num consultório MEU! Mas o espaço não. Eu subloco a sala e as amigas arcam com as despesas de secretária, telefone, aluguel e manutenção!
O que eu diria a quem está saindo da Universidade? Vamos lá:

  • Se já tem dentista na família, aproveite para começar a divulgar seu trabalho.
  • Procure esquemas de porcentagem: pegar uma estrutura montada, com uma agenda já feita. É um modo de você começar a ser conhecida pelas pessoas.
  • Monte seu consultório SE e somente SE você tiver certeza de todos os gastos fixos que terá no mês e que seu volume e giro de pacientes vai arcar com isso. Caso contrário, procure uma sociedade (que também tem problemas), mas não corra o risco de investir e vender em meses.
  • Não tenha medo de arriscar: o mundo é dos fortes! Corra atrás!
  • Quando se sentir segura, planeje a compra do seu equipamento.
  • Quanto a materiais dentários, é uma das vantagens de conhecê-los trabalhando em clínicas onde o proprietário os compra: você começa a senti-los, no dia a dia e avalia se são bons ou ruins.
  • Especialização? Eu esperaria essa vivência clínica para ter certeza do que eu gosto. Na faculdade, nos deixamos levar pelo clima das disciplinas, da empatia com os professores, do coleguismo com o companheiro de clínica.
  • Mestrado? Só pode afirmar-se aquilo que conhece. Se acabou de sair da faculdade, não viveu nada, como vai entrar num mestrado? É incoerente!
  • Invista em livros, Congressos e aquelas palestrinhas de 4 ou 8 horas oferecidas por entidades como ABO, APCD. Elas são úteis e clareiam bem as mentes.
  • Procure pelas empresas! Peça visita de representantes.
  • Tente, tente, tente! Cada paciente é um aprendizado diferente. Não tenha medo e, na dúvida, encaminhe a algum profissional com mais anos de estrada.
  • JAMAIS DEIXE DE SE ATUALIZAR! Particularmente, o comodismo de 2 anos no SUS me fez perder certos conceitos que, hoje, são claros para mim!

Não tenha medo! O mundo é de pra todo mundo! Paciente tem aos montes! Mas, por um problema cultural, Odontologia não é para todos! Fazendo um bom trabalho, você será reconhecido e, os próprios pacientes irão até você por meio de indicação. É tudo uma questão de postura e de paciência!

Conte com os BLOGS da “Odontosfera” para tirar suas dúvidas!

Alguns colegas, parceiros, DENTISTAS, tem relatos bem interessantes, confira!

VidaDeDentista“Os Primeiros Dias da Minha Vida de Dentista”
VidaDeDentsta“PodCuspir #06 – A Dura Vida do Recém-Formado”
Dra. Camila Collos“Minha nada mole vida… de dentista”
Medo de Dentista “Eu tenho medo de dentista… recém-formado!”
Sofá do Dentista “Aconteceu Comigo – Isabelita Leal”
Ricardo Dentista “Fazer ou não Odontologia: dúvida de leitora!”
Ortoblog“Trabalho, Valor e Confiança”
odontoBLOGia“Como montar seu consultório odontológico”
Dicasodonto “Diário de um Ex-Acadêmico de Odontologia – Recém Formado”
SorrisoCASOall “Formatura… E agora?”
Pérolas da Odontologia “Dr. Sakana 4 – Futura Dentista”
Ortodontia Para Todos“10 Dicas Para Recém-Formados”
Te Vejo Por Dentro – “Depois de quase 12 anos de formada…”

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