Macaco Dentista

Só quem é DENTISTA pode comprar produtos em Dentais? Infelizmente não é o que a gente vê.

Hoje, numa conversa descontraída no Twitter, eu e outros colegas debatemos sobre MANICURES! Isso mesmo! Aquelas que estão ali, prontas, pra deixar nossas mãos mais lindas pro trabalho que executamos!

Muito na moda, as unhas de silicone estão ganhando espaço por aí! Mas já repararam como elas são feitas? Nada mais, nada menos, do que um monômero + polímero cuja iniciação do processo de presa do material dá-se pelo uso de uma fonte luminosa. Alguma semelhança pra vocês colegas? Nada mais do que uma RESINA fotoativada! Concordam?

As mulheres que nos acompanham e já fizeram esse trabalho nos salões de beleza espalhados pelo Brasil podem confirmar. Elas têm acesso ao material (que eu, veja bem, não posso afirmar 100% que seja de uso Odontológico, mas cuja semelhança não me deixa pensar em outra alternativa) e executam, por um preço muito mais caro do que os que os Planos Odontológicos nos pagam, tal trabalho. Em média, um capricho desse, “unhas de silicone“, custa R$200,00.

Outro dia, especialmente, 7 de Janeiro de 2011, dia em que fui fazer minha 6ª (e não última) tatuagem, conversando com o tatuador, sou questionada a respeito do uso de um material odontológico: ORTOCEM (FGM). Uma resina usada na Ortodontia, para colagem de braquetes. Ele me perguntou como usava aquilo. E eu, na hora, indaguei: “COMO VOCÊ TEVE ACESSO A ISSO?”

Um produto recém lançado no mercado, na mão de uma pessoa que não sabe como usá-lo, não sabe suas finalidades… Apenas ouviu dizer que era usado para “colar” cristais nos dentes (os famosos piercings), também vendidos nas dentais.

Há alguma LEI vigente que regulamente a venda de Materiais Odontológicos? Pelo visto não… Lidamos com diversos compostos químicos, estudamos para saber as interações entre os mesmos, investimos uma grana pra manter nosso consultório apto a atender as necessidades dos nossos pacientes, que nos procuram para pagar por SAÚDE.

Ao mesmo tempo, do outro lado da moeda, pessoas não capacitadas, que não entendem de composição, informações técnicas, efeitos adversos, usam, indiscriminadamente, aquilo que era pra ser restrito ao uso PROFISSIONAL.

Seria essa mais uma fiscalização atribuída aos Conselhos Regionais?

Aliás, LOJAS QUE REVENDEM MATERIAL ODONTOLÓGICO, DE QUALQUER ESPÉCIE, necessitam estar inscritas no Conselho?

Fica a minha dúvida. E minha indignação também.

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