Nos últimos dias entrei em guerra comigo mesma.

Acredito que a vida seja feita de ciclos, e para cada novo ciclo que começa um precisa fechar. E eu estou em desespero com esse ciclo se fechando. Somos mulheres, dentistas, professoras, alunas, namoradas, amigas…. enfim, somos tudo numa só. E precisamos de um dia de 36 horas pra dar conta disso.

Humpf!

No ano passado eu estava assim também. Projeto da monografia da Saúde Pública, projeto pro Comitê de Ética pelo PET-Saúde, 40 horas semanais no PSF  mais umas 12 horas no consultório e ainda algumas reuniões. Estava há 1 ano e meio sem férias também, o que influenciava tudo.

Nem acreditei que consegui entregar os projetos a tempo. Não foram projetinhos, foram OS projetos. Depois da apresentação e do meu 10,0 com direito a estrelinha, o stress passou. E o cabelo, diminuiu.

Mudei radicalmente! Sempre tive cabelo comprido, e há tempos queria mudar o visual. Junto com as madeixas caindo no chão, sentia que praticava o desapego de todas as coisas que me deixavam mal até aquele dia. Era o fim de um ciclo, para o início de outro repleto de paz. E claro, férias.

Naquela época de alívio eu já falava: “Não quero nem me ver no ano que vem quando tiver que entregar o trabalho pronto!” Eu sabia que o pior ainda estava por vir. E agora, numa pausa entre um capítulo e outro da minha monografia resolvi desabafar um pouco.

Foi-se o tempo em que eu tinha tempo (e talvez vontade) de mudar o mundo. Deixei passar muito tempo pra pegar de jeito a monografia pois mais coisas apareceram. Novos alunos, mais reuniões, namorado, blog e outra especialização. Pensei que por ser EaD seria mais tranquilo. Grande engano, a exigência é MUITO maior.

Recebo e-mails duas vezes por semana da minha tutora dizendo pra eu acessar o moodle. Há cerca de 1 mês comuniquei ao pessoal do EaD que teria dificuldades em assistir as aulas virtuais pois precisava terminar minha monografia. Aproveitei, pra ter mais tempo, pra fazer um procedimento cirúrgico que vinha adiando há pra poder me dedicar exclusivamente a monografia no período que fosse me ausentar do trabalho pelo atestado médico, que vale até sexta-feira agora.

Com dores físicas e stress mental venho dedicando meus dias a terminar essa monografia. Cada conversa com o orientador me deixa mais desanimada, mas esse é o trabalho dele: inticar os alunos pra ver até onde eles aguentam, até onde eles se esforçam, até onde eles insistem em continuar escrevendo. Meu Tico e Teco estão quase dando tilt…

Semana que vem vou voar pra fazer uma pesquisa de campo. O meu prazo final da monografia é dia 6 de outubro, dia que retorno de Campinas. Desejem-me força e sorte.

Nesse exato momento estou em pânico com 3 livros abertos em cima da minha cama e pelos menos 17 artigos nas abas do Chrome. Tentando revisá-los, juntando as idéias de todos eles num texto só. E tem gente que acha fácil fazer revisão de literatura.

Pensava em fazer um mestrado no ano que vem. Na verdade, eu pensava em mudar o mundo com este TCC e ir direto pra um doutorado com uma publicação super relevante no assunto.

Hoje, eu só penso em poder rir dessa minha angústia na beira de uma praia de mar caribenho com meu namorado (que quase não tem tido atenção), tomando um coquetel lindo daqueles que tem guarda-chuvinhas enfeitando o copo, feliz por ter passado por isso tudo. Em férias, claro.

Portanto, aos meus amigos peço desculpas se tenho andado meio ausente ou estranha. Às divas, desculpa pela minha ausência no blog. Até o Luiz não tem a namorada que merecia, mas isso é temporário. Só tenho a agradecer a ele que poderia estar fazendo tudo com os amigos mas fica me ajudando na monografia e inclusive convalescendo com pós-operatório junto comigo. Isso só pode ser amor verdadeiro. O meu mais sincero MUITO OBRIGADA a todos que me entenderam e estão juntos comigo nessa fase, me incentivando, dizendo que eu vou conseguir.

De uma coisa eu tenho certeza: meu cabelo vai mudar de novo. Não sei ainda o que vou fazer, mas sei que só vou encerrar esse ciclo quando deixar esse visual de “Marjo Surtada” pra trás. Enquanto isso não termina, minha consciência continua cantando:

O jeito é, dar uma monografadinha e sofrer, o jeito é…

…ou então:

Continue a monografar… continue a monografar

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