As pessoas são livres para seguirem a carreira que quiserem: engenheiros, arquitetos, médicos, dentistas, farmacêuticos, ex BBB, etc.
Você escolhe seu caminho, frequenta a Universidade de sua escolha e, enfim, pega o canudo e vai fazer aquilo que você sonhou! Eba \o/
Mas e quando a pessoa é formada numa determinada área e dá pitaco na área de outra pessoa?
Há dias atendi um paciente em caráter de emergência. Realizei os procedimentos que eram necessários, orientei e prescrevi a medicação para o caso. Liberei o paciente e remarquei a consulta dele para hoje.
Eis que ele chega com a seguinte novidade: “Dra, estou sem dor! Fui na farmácia comprar o remédio que a Sra mandou mas o farmacêutico disse que tinha um melhor e eu comprei!”
COMO É QUE É??????????????????????????
Diagnóstico de balcão de farmácia passando por cima da prescrição que eu fiz!
Eu não fiquei nada feliz com o que houve! Achei a atitude do balconista (ou farmacêutico, sei lá) errada.
Se prescrevemos um remédio, sabemos o que estamos fazendo. Há um conjunto de fatores que influenciam na escolha do fármaco a ser utilizado, em especial a história médica do paciente. Se em uma consulta odontológica demoramos um tempo considerável para fazer uma anamnese bem feita, não creio que esse mesmo cuidado que tive tenha acontecido na farmácia.
Infelizmente no nosso país, a venda de remédios é indiscriminada e isso eu diso por mim: amo remédio e tenho em casa pra tudo (ALOKA) e nunca tive qualquer tipo de restrição para comprá-los.
O paciente precisa estar ciente de que remédio não é brincadeira! Tudo tem um propósito.
Imagina se o quadro tivesse piorado com o remédio que o “balconista” receitou, ou se o paciente tivesse tido uma reação alérgica ou, até mesmo, uma interação medicamentosa que colocasse em risco a eficácia de outro fármaco, por exemplo?
Por mais boas intenções que tenham, os atendentes de farmácia não tem o conhecimento necessário para intervir no nosso procedimento. Digo intervir no procedimento tendo em vista que a medicação é uma complementação do tratamento odontológico.
Sabendo da falta de legislação na venda de remédios no país, é importante fazermos a receita em 2 vias, independente do tipo de medicamento. Caso não seja possível, jamais devemos deixar de anotar na ficha do paciente a prescrição, dosagem e administração do remédio, fazendo o paciente assinar ao lado da anotação, a fim de nos documentarmos e nos protegermos de qualquer tipo de ação judicial.
Cada um no seu quadrado!
Pessoas, só muito cuidado só pra não chamar balconista de farmacêutico!! Farmacêutico também frequentou uma faculdade e sabe das consequências de mudar uma prescrição, balconista não… então, a não ser que o farmacêutico realmente seja uma flor de pessoa anti-ética, melhor não generalizar 😉
Remédio melhor (para o farmacêutico) = o que gera mais lucro pra farmácia.
Isso é o nosso dia-a-dia, infelizmente. Nossa receita fica em último plano. As pessoas confiam nos pitacos do balconista, dos amigos, cônjuges, na TV e aí quem sabe, depois podem pensar em comprar o remédio indicado na receita. O que fazer??? Paciência. Se um dia der uma zica, problema do paciente que não seguiu nossa orientação.
Se der uma zica, que estejamos bem documentados!
Estas situações não são raras e demonstram como falta muito para exercermos nossas atividades sem interferências, aqui no Brasil. Faltou bom senso do paciente e ética do profissional da farmácia. Somos bombardeados pelos achismos! Achismo de alguém que pensa que sabe, assim como palpites do vizinho, da comadre, do primo do vizinho do parente do amigo que fez um curso não sei aonde.
Abraços,
Estela Maura
Exatamente querida! “Achismo”.
Falta consciência das pessoas a respeito da responsabilidade que é a prescrição de medicamentos.
Adorei ver vc aqui!
Beijocas