Recentemente um estudo realizado pelo departamento de periodontia da Universidade do Michigan, que acompanhou pacientes em tratamento periodontal e com perdas dentárias durante 16 anos, concluiu que pessoas que apresentam mutações no gene IL-1 têm mais probabilidade de sofrer de algum tipo de problema dentário. Dessa forma, pessoas com bons hábitos de higiene bucal e sem a tal mutação não necessitariam das tradicionais duas visitas anuais ao dentista,
O autor do estudo declarou que “esse tipo de aconselhamento foi dado durante 50 anos sem nenhum tipo de suporte científico”.
Nos EUA, cerca de 47% das pessoas tem problemas nos tecidos de suporte dos dentes em algum grau, variando de gengivite a doenças mais avançadas. O estudo levantou, também, os maiores fatores de risco para essas condições: diabetes, tabagismo e genética.
O mesmo gene tem sido relacionado a maior predisposição ao desenvolvimento de doenças inflamatórias ósseas, oculares, da artrite reumatóide e da doença periodontal.
O grupo estudado consistiu em 5000 pacientes não fumantes, não diabéticos e sem a mutação genética em questão, além de manterem bons (e parecidos) hábitos de higiene bucal. A partir disso, avaliou-se se o número de visitas anuais ao dentista preveniu ou diminuiu a possibilidade da perda de elementos dentários. A conclusão foi que o número de idas ao consultório em nada influenciou. Contudo, diabéticos, fumantes e portadores da mutação do gene IL-1 mostraram uma maior probabilidade de perdas dentárias. Pacientes com dois ou mais dos factores de risco, por sua vez, mostraram ter necessidade de mais que duas visitas anuais ao dentista.
Tudo isso só comprova a máxima: cada paciente é diferente e merece atenção personalizada. Cabe ao cirurgião-dentista verificar os riscos de desenvolvimento de doenças e indicar o intervalo adequado para as consultas de retorno (ou para aquele check up periódico). 😉
Artigo completo: Patient Stratification for Preventive Care in Dentistry (em inglês, óbvio)
Fonte: CBS News
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