Não é mesmo.

A Revolução Feminista (daquelas moças que queimaram o sutiã) serviu para uma, dentre muitas, coisas: acelerar o nosso ritmo.

Pensem comigo: A mulher, antes, tinha a função de ser DO LAR. Não estou desmerecendo, de modo algum (antes que venham me xingar por isso). Estou, exatamente, dizendo que ser DO LAR já é coisa pra caramba. Ser mãe, ser esposa, administrar uma casa, deixar tudo em ordem e funcionando “redondinho”. Ajudar os filhos com a lição de casa, fazer compra no mercado, preparar o cardápio do dia, do dia seguinte, do dia seguinte ao dia seguinte e, pior, fazer tudo isso na TPM.

sem sono

Não era fácil ser mulher há anos, imagina agora com todas essas funções somadas ao dia-a-dia no consultório, liderar equipes, administrar a carreira, cursos e mais cursos, empreender, criar, vender e, também, fazer tudo isso (que ficou maior que tudo isso lá de trás) com a TPM, que pelos relatos de hoje em dia, são piores do que as de antigamente…

Essa semana foi bem atípica. Vou compartilhar com vocês o meu cansaço.

Há anos em atendia, além do meu consultório, em consultório de outros colegas. Por fim, decidi concentrar tudo em um só lugar. Minha agenda bombou e, financeiramente, estou bem satisfeita com os resultados dessa decisão. É mais fácil administrar o estoque, a relação com o paciente melhora, com a equipe e criamos um laço mais forte com aqueles que nos procuram.

Tenho trabalhado bastante e, há algumas semanas, saído tarde do consultório. Meu horário de almoço, que era de 2h, reduziu. Opção minha porque o restaurante onde eu almoço é do lado da clínica e não tem porque enrolar. Segundo, porque meu volume de pacientes aumentou e eu precisava criar um espacinho na minha agenda. Eu quis isso. E, pra completar, muitos pacientes que trabalham como eu precisavam ter os tratamentos concluídos num horário mais tarde. Aumentei minha jornada e estou saindo por volta de 20 ou 20:30 do trabalho, diariamente. Como falei, o bolso agradece, mas minha saúde…

Essa semana que passou foi marcada por compromissos. Na segunda-feira tive uma reunião de que iniciou as 20:30 e terminou 00h. Na terça, outra reunião depois do trabalho. Quarta eu tinha um compromisso com uma amiga e, por estar muito cansada dos dias anteriores e pelo dia em si ter sido corrido, não pude comparecer. Na quinta o movimento do consultório foi tranquilo, mas o corpo estava um caco e mesmo assim, ainda dei uma volta à noite. Sexta, viajei sem saber como. A atenção na estrada misturada ao sono acumulado foi um horror. Quando cheguei, só queria saber de cama. Dormir até a próxima segunda-feira começar. Mas no sábado, que eu poderia acordar mais tarde, tinha compromissos para o começo da manhã.

cansada

Vou à academia diariamente, mas durante essa semana faltei. Meu corpo não aguentava, minha cabeça não coordenava e meus olhos, coitados, não conseguiam ficar abertos no horário habitual.

Hoje, domingo, estou eu lendo uma reportagem na revista Cláudia falando sobre SONO.

Como o tempo não aumenta, nossas noites de sono ficam mais curtas. São tantas tarefas para executar que esquecemos que precisamos nos desligar, literalmente, para que o cérebro jogue fora as informações inúteis e se prepare para adquirir novas, para que o corpo relaxe e seja capaz de suportar novas tensões. O acúmulo de lixo no cérebro e de tensões no corpo nos deixa como zumbis.

Praticar exercícios ajuda, mas atualmente é mais uma tarefa que precisa ser conciliada com as inúmeras outras tarefas do cotidiano. Eu ainda não tenho filhos e fico imaginando como é complicado para as mulheres que, além de fazerem tudo que eu faço, ainda precisam ser mães e cuidar da família.

Nós precisamos criar uma rotina onde dormir bem seja um compromisso.

Nada de telefones, nada de emails ou bate-papo antes de dormir. Precisamos nos desligar para que estejamos prontos para criar, inovar e viver com qualidade o dia seguinte.

Pensem nisso!

Dormir nos dias de hoje é a verdadeira Ostentação.

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