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(Fotografia: minha mesmo – arquivo de Juliana Lemes)

Impressionante como o saber muito sobre pouco faz as pessoas esquecerem de procedimentos básicos dentro da nossa área de atuação. Há um tempo, participando de um fórum Odontológico, ouvi a seguinte pergunta de um colega: “_ Qual o motivo de, nos dias de hoje, realizarmos uma PROFILAXIA no nosso paciente, se o Periodontista remove os tártaros e o Clareamento Dental clareia os dentes?”

É ISSO MESMO QUE VOCÊS LERAM! Entre aspas…

Confesso que, no momento, duas idéias me surgiram: sair dali, envergonhada. Ou descer do meu lindo salto alto e rolar, pirambeira à baixo, com o Colega.

O “citado”, com vários títulos, especialização nisso, atualização naquilo, Congressos e trabalhos publicados, me manda uma pergunta dessa em meio a uns 300 Dentistas.

A reação de grande parte foi a mesma minha: BESTIFICADOS ficamos com tamanha ignorância.

Passamos 2 anos do nosso curso de Odontologia nas matérias básicas, aprendendo conceitos BÁSICOS. Não acho que tudo o que vimos ali seja útil e praticado, diariamente, no nosso consultório. Mas… é base. Serve para algo, concordam?

Importância da Profilaxia? Citaria muitas: adequação do meio bucal ; remoção de placa para posterior intervenção odontológica ; motivação do paciente ; polimento dental… Aquela profilaxia simples, feita com pedra pomes e água, escova de Robinson ou taça de borracha. BÁSICO que ficou esquecido sob a pilha de papéis e títulos que ele carrega com ele.

Há pouco, aqui na clínica, uma paciente chegou com elemento 38 cariado. Uma lesão oclusal. BÁSICA! Rotineiro no nosso dia a dia, correto? Pois bem… O colega que o atendeu anteriormente, orientou a paciente a procurar um bucomaxilo para a exodontia desse elemento, pois a “seu ver” o dente não havia salvação! A paciente, com 32 dentes na boca (ou seja, com o antagonista desse dente em perfeito estado) e com o elemento 38 extremamente bem posicionado no arco, nada de infra oclusão ou capuz gengival recobrindo parte da face oclusal. Enfim, perfeitamente APTO para uma restauração, em amálgama ou resina composta, classe I simples.

Inúmeras vezes me deparo com casos onde o paciente faz um tratamento ortodôntico e o Colega Ortodontista não o orienta ou encaminha para tratamento clínico. Cáries “indecentes” ali, na cara do especialista, sendo ignoradas…

Sem contar outros “descasos“: anamnese incompleta, não aferir pressão arterial, descuidos com glicemia, quadros alérgicos e falta de orientação ao paciente PÓS PROCEDIMENTOS realizados.

Bonito de ver ?

Não…

O que é mais fácil para o profissional, pode não ser o mais indicado ou respeitoso para com o paciente.

Estudar e manter-se atualizado cansa, concordo! Mas é um investimento!

Preguiça? Numa boa… Quando isso acontecer, fica em casa! Melhor!

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