As conversas no Twitter sempre rendem papos legais! Eis aqui mais um, graças a uma conversa divertidíssima entre amigos na minha TL!

O polêmico assunto “Resinas em Odontologia” começou com um comentário que li! “Logo aparece a @julemes e fala sobre 500 resinas!” (por @thiagogimenes_)

Realmente eu sou apaixonada por resinas. Tenho inúmeras marcas no consultório e os cursos que faço, em sua maioria, são voltados à evolução, novas técnicas e novas marcas desse material!

Minhas próximas aquisições serão: a famosa “resina camaleão” e as resinas da cor de gengiva, que hoje, se não me engano, somente a Voco tem (Amaris Gingiva). Essa última é indicada para restaurções de lesões cervicais, que prometem um aspecto natural do sorriso, já que não alongaremos o dente com as resinas das cores tradicionais (um dos maiores problemas estéticos relacionados a esse tipo de caso).

As “resinas camaleão” são compósitos que se adequam a cor do dente. Entenda que, se vc não conseguir acertar entre um A3 e A3,5, o próprio material se “responsabiliza” por isso. Nomes comerciais: Estelite (Tokuyama) e Brilliant (Vigodent). Facilita muito o trabalho, principalmente pra quem não tem muita prática com a escolha de cores.

O que vejo que é mais importante hoje, na escolha de um material, é o grau de opacidade das resinas. Para restaurações imperceptíveis, eu trabalho com 4 variações – dentina, corpo, esmalte e translúcida. Sempre utilizando técnica estratificada (de palatino pra vestibular, sempre na sequência esmalte, corpo, dentina, corpo, dentina, esmalte, translúcido). Adoro utilizar resina translúcida azulada para restaurações anteriores e a resina de cor âmbar para finalização de restaurações posteriores (que confere uma profundidade nos sulcos muito bacana!)

Não faço bisel em qualquer restauração. O sistema adesivo é 100% eficaz em esmalte e, também, a confecção de bisel gera desgaste em estrutura dental sadia. Utilizando-se de bons materiais e instrumentais adequados, consigo um bom resultado nas restaurações que faço!

Não tenho muita preferência por “espátulas”. Mas uma que não abro mão são as espátulas de silicone para alisamento de superfície e adaptação marginal. Sempre utilizando de pequenos incrementos, o trabalho com esses instrumentos me permite uma diminuição do tempo que eu gastaria fazendo acabamento da restauração.

Questionou-se muito alguns tipos de resina. Há de se levar em consideração a classificação dos materiais quanto ao seu emprego – dentes anteriores e posteriores.

Há não muito tempo, as resinas indicadas para restaurações posteriores eram resinas mais densas (condensáveis), já que são elementos que suportam grandes cargas mastigatórias. Em dentes anteriores, um material mais delicado para proporcionar polimento.

Hoje, com o desenvolvimento da nanotecnologia, resinas extremamente tecnológicas quebraram essa distinção. Usa-se, comumente, um único tipo de compósito para diversos tipos de restaurações. As resinas nanoparticuladas (termo patenteado pela 3M) ou nanohíbridas (visto em outras marcas comerciais), proporcionam, além de excelente condição de trabalho, restaurações bem polidas e capazes de suportar grandes tensões, já que o conglomerado de partículas de carga é maior e mais regularmente disposto na matriz orgânica da resina.

Não abro mão do emprego de resina flow para confecção da primeira camada das restaurações que faço. Além de facilitar a aderência dos incrementos posteriores, a resina flow gera um selamento direto dos túbulos dentinários expostos após preparo cavitário e, por terem menor quantidade de cargas, contraem menos, o que resulta em menor sensibilidade pós operatória. Em caviadades classe II, ao empregar esse material, diminui-se consideravelmente a possibilidade de cobertura deficiente da parede gengival da caixa proximal. Logo, ao avaliarmos radiograficamente, percebemos uma adaptação marginal quase que perfeita do material restaurador.

Atualmente no mercado, já dispomos de resinas fotopolimerizáveis com adição de partículas de silorano na composição, sendo indicadas tanto para trabalhos diretos no consultório quanto para confecção de peças protéticas em laboratório. Possuem um sistema adesivo exclusivo e proporcionam menor contração do que os materiais a base de metacrilato.

Para quem trabalha e gosta de estética, como eu, ter ao alcance das mãos uma diversidade de materiais e cores favorece o trabalho!

O grande problema de ser apaixonada por resina é: eu fico brincando com as cores e, quando vejo, já ultrapassei o tempo da consulta do paciente! Mas ele sai feliz! Eu também!

Amor é amor mesmo!

Compartilhe:

Comentários via Facebook