Hoje, além do aniversário do blog rosa é também o Dia Mundial do Câncer. E este ano o tema da campanha é Juntos é Possível e conta com o aumento da consciência e educação sobre o câncer. O principal objetivo é ajudar a reduzir as mortes prematuras pelo câncer e outras doenças crônicas não transmissíveis em 25% até 2025.

Ministério da Saúde está anunciando nas redes sociais as iniciativas da população na prevenção do câncer. Além disso, todo mundo é incentivado a visitar o hotsite da ação. Lá é possível enviar fotos e mensagens, além de acessar informações sobre prevenção, estatísticas da doença e conferir outras mobilizações pelo mundo.

Na era em que vivemos, acredito que todo mundo teve algum tipo de contato com o câncer. Mas só quem já vivenciou o câncer de perto sabe a dificuldade que é e a dor que essa doença causa. Em 2008 meu pai foi diagnosticado com um Linfoma Não-Hodgkin de alto grau. Um nódulo no pescoço, que foi confundido com uma sialoadenite num primeiro momento. Bem nessa época eu voltei a morar em casa depois de 1 ano em trabalhando em Florianópolis, e estávamos terminando de montar meu consultório. Meu pai muito feliz vendo um sonho mais dele do que meu se realizando.

Natal 2008. Meu pai perdeu o cabelo poucos dias antes da foto.

Como voltei a morar com meus pais, tinha uma série de livros da faculdade espalhados pela casa. Dois de patologia: O Neville e o Shaffer. Meu pai preocupado com os possíveis diagnósticos começou a olhar o livro, marcando as páginas onde apareciam fotos parecidas com o caso dele. Tem umas fotos que são tensas, e outras nem tanto. Ele chorava escondido e foi preciso eu esconder os livros. Secretamente eu também estava muito preocupada, pois o que os livros falavam sobre linfomas não era nada legal.

Foi preciso buscar apoio em outros lugares. Na época o linfoma ainda não era algo que estava na mídia o tempo todo (depois disso apareceu a Dilma e mais atual o ator Reinaldo Gianechini), entrei numa comunidade no orkut que me ajudou muito. Conversei com os médicos do meu pai. Pesquisei sobre quimioterapia, radioterapia, terapias alternativas, ouvi relatos de pacientes, familiares, profissionais… e encontrei na ABRALE – Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia – todo o suporte que eu precisava. Eles tem um lema/desafio que é “transformar exemplos de exceções em regra para as terapias hematológicas complexas”. Foi o que me deu esperança.

Abril 2009, cabelo voltando a crescer.

Tudo que diziam que era natural e bom pra câncer a gente fazia. Perguntei pra hematologista do meu pai e ela disse que mal não faria, apesar de não ter comprovações científicas sobre o benefício. Chá de folha de graviola, suco verde (uma laranja e váááárias folhas de couve ou espinafre batidos no liquidificador e bebidos na mesma hora umas 4x por dia), babosa… enfim, a gente fazia de tudo além do tratamento convencional – quimio/radio. Se ajudou? Meu pai não teve anemia, nem dor de estômago, nem diminuiu a frequência… hmm… sexual durante a quimioterapia. E se orgulha muito disso. Só que ficou careca. E normalmente ele tem mais cabelo que as 3 mulheres da casa juntas.

Encontrei um texto que escrevi na época, de como eu me sentia vivendo com o câncer tão próximo de mim.

19/11/08, Quarta-feira, 19:25:

“Engraçado como uma pequena descoberta pode mudar a vida de uma família, sua rotina, suas preocupações, seus anseios…
…ao mesmo tempo em que há tanta mudança, observando o mundo percebo que tudo está no mesmo lugar, que o dia ainda termina com um por-do-sol lindo.
…ao mesmo tempo em que tudo pra gente muda, pra outras pessoas não. Não somos o umbigo do universo. Essa impotência frustra, mas nos recarrega.
Creio que não há mal no final.”SHO-KU-REI
Hoje, quase 4 anos depois do diagnóstico meu pai está curado. Ainda repete os exames de 6 em 6 meses para controle, se cuida, se exercita… apesar de comer açúcar em excesso. Com muita fé, oração, apoio da família e de uns poucos amigos (incrível como na hora da dificuldade algumas pessoas somem) hoje nós olhamos pra trás e ficamos felizes por estarmos todas juntas em casa naquele momento difícil, nos apoiando. A força de todas foi fundamental para a mudança de pensamento do meu pai quanto à doença e reativou a vontade dele de viver e vencer. E eu proibi ele de me deixar antes de me casar, formar minha irmã e conhecer os netos!

Junho 2010, cabeludo e curado um ano depois do fim da quimioterapia. Meu pai tinha recém tirado o catéter e nesse dia fez o curativo sozinho.

Enfim, voltando à campanha desse ano, pelo mundo, está sendo disseminada a hashtag #worldcancerday para divulgação de informações sobre a doença. No Brasil, o Inca também aposta no poder de mobilização das mídias sociais. Nós do blog rosa não poderíamos ficar de fora dessa, ainda mais depois do sucesso de ministrarmos junto com o Vida de Dentista e o Dicas Odonto o 1º Fórum de Blogs e Mídias Sociais em Odontologia no CIOSP 2012. Vamos divulgar também a versão em português #diamundialdocancer, além do tema da campanha nacional #JuntosÉPossível.

Ministério da Saúde está anunciando nas redes sociais as iniciativas da população na prevenção do câncer. Além disso, todo mundo é incentivado a visitar o hotsite da ação. Lá é possível enviar fotos e mensagens, além de acessar informações sobre prevenção, estatísticas da doença e conferir outras mobilizações pelo mundo.

Pessoal, vamos acessar o hotsite, vamos divulgar as hashtags! Mais informações você encontra no site do INCA.

#goDIVAS! GO!

 

Fonte: Blog da Saúde

Compartilhe:

Comentários via Facebook