>Normal todo mundo ter uma pérola na faculdade. A que vou contar agora não foi comigo, foi com uma colega no laboratório de Materiais Dentários I, no primeiro contato com a prática odontológica.

Era começo de 2003, 1º semestre de Odontologia na ULBRA – Torres. Aula prática de materiais dentários, laboratório cheio. Nossa turma era dividida em 3 turmas práticas, tenho impressão que a nossa era a C porém não tenho certeza. Era também uma das monitorias mais concorridas pelos veteranos justamente por causa das pérolas.

Na ULBRA no 1º semestre a gente conhecia um pouco sobre os materiais de prótese, e a prática clínica envolvia moldagem com alginato nos colegas, govida e pasta zincoeugenólica nos modelos edentados. A partir dessa segunda moldagem a gente criava uma “prótese” com apenas o segundo sextante pro modelo edentado. Tudo pra “brincar” com os materiais, e assim conhecer as propriedades dos mesmos.

Os passos clínicos e laboratoriais pra confecção de uma prótese total eram divididos por aulas, mais ou menos assim:

1º) Moldagem em godiva – para criar um modelo e assim a moldeira individual em resina acrílica;
2º) Moldagem com pasta zinco-eugenólica realizada em moldeira individual para confecção do modelo de trabalho;
3º) Confecção da placa base e rodetes de cera;
4º) Montagem dos dentes antero-superiores em cera e inclusão na mufla;
5º) Prensagem, forno e desinclusão da mufla;
6º) Acabamento e polimento da pseudo-dentadura.

E foi na hora de abrir a mufla pra colocar o acrílico termo que a pérola aconteceu!! Vários alunos assustados com os dentes presos no gesso ao abrir a mufla e vários monitores chorando de rir. Acho que era a monitoria mais concorrida justamente porque era possível se vingar no semestre seguinte das frustrações tidas quando calouros.

E após ver os dentes presos na mufla era preciso “furá-los” para criar retenções, para assim o acrílico ficar bem retido. E com o que tínhamos que furar os dentes? O monitor diz: com a broca!!

Eis que minha colega pega cuidadosamente a broca entre os dedos, posiciona cautelosamente no meio do dentinho e procura a coisa mais pesada que ela pode pensar… nesse caso, a tampa da mufla! Quando ela levanta a tampa da mufla e está prestes a martelar na broca com ela, vem um monitor gritando: “NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!! Que tu vai fazer?????? É pra usar a broca no micro-motor, tem que vir ‘das grota’ mesmo pra pensar em martelar com a mufla na broca!!!”

Pronto… piada pelo resto do ano nos corredores da ULBRA-Torres. Só foi esquecida no dia que um menino na Clínica I (da qual eu era monitora anos depois) resolveu fazer todo exame de profundidade de sondagem, IPV e ISG numa prótese total. Mas essa história fica pra outro post! 😉

#goDIVAS! GO!




PS: Vocês podem estar se perguntado da corega da pérola de hoje… ela tornou-se protesista 😀

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