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Quase 10 anos… Em outras palavras, 1 década.

Conheci Ricardo no cursinho, em 2001.

Na época, estava focada no grande sonho da minha vida: cursar Odontologia na UNESP, Campus de São José dos Campos, curso noturno. Nem reparava na existência de qualquer pessoa lá dentro, mas…

Ele, quando ingressou no curso, havia perdido algumas semanas de aula. Logo, quando o vi, chegando atrasado na aula (o que era de costume), reparei na altura. Muito alto. Exatos, 1,91m. Ex jogador de basquete pelo colégio Salesiano, prestando vestibular para Engenharia de Produção, com ênfase em química, na UERJ, Campus Resende.

Bom, até aí, tudo bem…

Tínhamos amigos em comum no cursinho e, logo, começamos a trocar algumas palavras.

Formamos um grupinho em sala de aula, sentávamos todos juntos, pra fofocar, pra dar aquela zuada básica nos outros colegas… E sempre reparei que ele sentava atrás de mim. Exatamente na cadeira atrás de mim.

Começamos com brincadeirinhas, risadinhas e ele disse a uma colega: “Estou a fim dela.”

A novidade chegou a mim, mas eu estava enrolada com outro… Mas a sensação do “ser desejada” me deixou muito feliz.

Na época, frequentava uma academia de ginástica próximo a casa dele e comecei a perceber que ele estava diariamente em frente a academia, de bike, conversando com um colega.

Do nada, começou a andar de bike no meu bairro, a ligar em casa e conversar com minha mãe… Investidas fortes e eu NADA. Não tava afim, mas estava curtindo a paquera.

Um belo dia, ele sentou na cadeira atrás de mim no cursinho e disse, em alto e bom tom para uma amiga, que tinha conhecido uma garota de Campos dos Goytacazes, que prestaria vestibular pra UENF e que estava apaixonado nela.

Pronto. Senti ciúmes de um cara pra quem eu não dava bola. Tinha coisa errada aí.

Fiquei com aquilo na cabeça… E de tanto pensar naquilo, sonhei com ele. E o sonho me surpreendeu muito!

Um belo dia, voltando do cursinho, dei carona pra ele, 1 semana depois de ter sonhado aquilo tudo e, daquilo tudo, ter me despertado curiosidade… O deixei em casa e vim em direção a minha, pensando, pensando, pensando… Fui pra casa de uma amiga e, como só falava nele e no sonho, fui quase que obrigada a voltar. Ela não precisou me obrigar. Eu já estava com vontade… Só precisava de alguém que não me deixasse recuar na decisão. A amiga entrou no carro e foi comigo.

Quando buzinei, ele abriu o portão. Ficou espantado e perguntou se eu tinha esquecido algo.

Sai do carro, encostei na lateral dele e falei “Vem cá.”

Ele veio…

Lembro que ele estava com uma blusa branca e uma bermuda cinza, de chinelos…

Olhei pra blusa e foi ali que minhas mãos pegaram. Puxei-o pra perto de mim e nos beijamos.

Sentia o coração dele bater, ou melhor, espancar o peito… Ambos tremiam. Foi muito bom… Exatamente como no sonho.

Desde esse dia, 26 de outubro de 2001, estamos juntos.

Tivemos muitas brigas, terminamos 3 (ou 4, não lembro) vezes…

Estudei fora e mantivemos um relacionamento à distância, coisa que é complicado.

Ricardo esteve presente em momentos da minha vida importantes: estava comigo no dia que passei no vestibular, nas ansiedades por conta das provas, foi meu paciente na faculdade, esteve comigo no falecimento do meu pai, na minha formatura, falecimento de minha avó materna, nos treinos da natação, na conquista do meu primeiro emprego e na compra do meu consultório e implicado comigo a cada sandália que eu compre. E eu estive e estou presente na vida dele, mas perdas e nas conquistas.

Nesse fim de semana, 25 de Março, fui pedida em casamento!

Ele chegou, quase 10 anos depois, com uma caixinha de veludo preta, com 2 alianças e, de um modo simples e singelo perguntou: “Você quer casar comigo?”

Eu chorei…

De felicidade.

De muita felicidade…

(Por Juliana Lemes – @julemes)
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