>

A C O N T E C E U conosco aqui na clínica que trabalho: um material fora dos padrões de qualidade. E a empresa alegou, ADIVINHE????

Entramos em contato com uma empresa Odontológica, famosa, para informar que a resina da marca estava esfarelando. Sim! ESFARELANDO!

Bom, se fosse uma Concise, Adaptic ou outro material “de antigamente”, com partículas de carga tipo pedregulhos, tudo bem. Até era aceitável (embora tenha muito paciente aí com elas na boca em bom estado – entendam: adaptação marginal).

A classificação das resinas compostas varia de acordo com a partícula de carga, sendo as do “tempo do onça” composta por partículas grandes, que dificultavam o polimento, estabilidade de cor e, com o tempo, favoreciam a desadaptação marginal.

Com o tempo, investimentos por parte das Indústrias se fizeram necessários em virtude da exigência da Odontologia: materiais estéticos e resistentes. (Embora eu, Juliana Lemes, admire MUITO um amálgama em dentes posteriores e convença meu paciente a deixá-lo quietinho ali…)

Com isso, pulamos das “resinas pedregulhos” (Concise, Adaptic) para resinas com partículas de cargas cada vez menores, até que, atualmente, estamos com a moda do “nano“. O termo nanoparticulado” é patenteado pela 3M ESPE, a título de curiosidade.

Esse tipo de material é caracterizado por partículas de carga esféricas e “nanométricas“, unidas por um material resinoso, que promove maior resistência à tração, compressão, possibilidade de polimento, durabilidade da integridade marginal, estabilidade e uma variedade de cores que nos permite mimetizar uma estrutura dental sadia.

Os custos desses materiais são caros. Infelizmente devem ser usados em “alguns” pacientes, que poderão pagar pelo custo do seu investimento. Mas isso é outro assunto…

A questão é: QUAL A DEFINIÇÃO DE PADRÃO DE QUALIDADE PARA UMA EMPRESA? Quais testes são realizados para avaliar que um material está adequado ao uso?

Vivenciando meu dia a dia, compartilhei com uma colega a seguinte situação: Ela adquiriu um material, de uma indústria famosa no ramo, resina “cara”, cujas propagandas quase prometem um dente novo!

Me perguntou a respeito e eu afirmei: USO E RECOMENDO (recomendo mesmo e uso mesmo).

Ao usá-la, a Colega percebeu que a resina esfarelava e que a consistência macia, característica do material (quando comparado às minhas seringas) não existia. Uma resina dura, praticamente condensável (no maior estilo P60 – 3M ESPE), que traz, claramente na embalagem, “RESINA PARA DENTES ANTERIORES E POSTERIORES”.

Me explique: como usar uma resina “dura”, esfarelenta, numa faceta estética anterior?

Imagina o “TRAMPO” que é alisar toda a superfície para posterior acabamento com brocas douradas de todos os tipos, discos de lixa, pastas diamantadas com discos de feltro?

Como exigir estética de um material com essas características?

Orientei a colega a entrar em contato com a empresa.

Solicitaram que ela enviasse as resinas para análise. E o resultado, para minha surpresa foi: DRA, DE ACORDO COM AS ANÁLISES TÉCNICAS DO MATERIAL PELO NOSSO LABORATÓRIO DE QUALIDADE, O MATERIAL NÃO APRESENTA PROBLEMAS!”

Meldelz! o.O

A resposta da minha Colega foi: “Então vocês estão afirmando que a resina de vocês é ruim? Por favor, então me envie as seringas, porque eu paguei por elas.”

A questão é: NÓS DENTISTAS, trabalhamos diariamente com diversos tipos de materiais.

Eu, por exemplo, tenho 5 marcas de resinas no meu consultório, já usei todos os tipos de géis clareadores, adesivos, cimentos, blábláblá. Pra que? Para poder ter CERTEZA da qualidade dos produtos que eu ofereço aos meus pacientes.

Bom, o resumo da ópera: A EMPRESA FAMOSA PERDEU UMA DENTISTA. E, PROVAVELMENTE, ESSA COLEGA IRÁ CONVENCER OUTROS COLEGAS DO MESMO – Que o material é aquém da qualidade que ela gostaria que estivesse nos dentes dela!

ODONTOEMPRESAS, quando nós entramos em contato com vocês, por qualquer motivo que seja, leve em consideração nossas observações. SOMOS NÓS OS RESPONSÁVEIS PELO (IN)SUCESSO DA EMPRESA!

Fica a Dica da Diva!

Compartilhe:

Comentários via Facebook