Quem sabe?

Há 2 anos, mais ou menos, euzinha quebrei um dente. Mais precisamente o 45. Estava em um restaurante quando a curiosa Língua descobriu que havia algo errado. O dente quebrou, mas o fragmento não se soltou. Lá fui eu ao Dentista!

Procurei um profissional renomado. Já fiz alguns cursos com ele sobre estética e sempre admirei a beleza do trabalho dele. Não me veio outra pessoa em mente – é meu dente! Eu sou da estética, das resinas! Quero fazer com quem vai deixar meu dente maravilhoso!

Pois bem! Ele já me conhecia. Sabia que eu era Dentista, onde eu havia me formado e blablabla.

Quando fiz a avaliação com ele, ele solicitou um Rx periapical do elemento e marcou a consulta para um sábado. No momento da avaliação, não falou-se em valores. Nem eu perguntei.

No dia do procedimento, curiosa que sou, vi todos os passos da restauração, ele me esclareceu, conversou (aquela velha mania que nós temos de falar quando o paciente não pode falar) e, ao final de tudo, a frase:

“_ O procedimento vai lhe custar R$ 150,00.”

Como?

Bom, eu pensei comigo: “Ele sabe que eu sou Dentista né?”. Mas, elegantemente, preenchi um cheque e paguei pelo procedimento.

Ao sair da clínica, lembrei das aulas de Odontologia Legal. Não que isso caracterize infração (ou caracteriza? já nem sei mais), mas minha conduta quando atendo um colega ou mãe/pai/marido/esposa/filho/filha é – não cobrar. Salvo exceções onde procedimentos que envolvam gastos com protéticos sejam necessários, não cobro pelo meu trabalho. Muitas vezes o colega se oferece para pagar, nem que seja o material utilizado (eu ou ele fornecendo, indifere). Mas, mesmo assim, não aceito.

Eu sempre procuro me posicionar da seguinte forma: é um Colega de profissão. Hoje ele precisa de mim. Amanhã eu ou algum familiar meu pode precisar. Uma troca de “favores” que independe de artigos do CEO. O famoso “toma lá da cá”, “uma mão lava a outra”.

Confesso que não fiquei chateada pela cobrança do procedimento. Espantada sim.

O que mais me deixou irritada foi o espaço entre o 45 e o 46 que a cunha de elefante, colocada para fixar a matrix de aço, deixou. Cada vez que como “carne moída” tenho a sensação de ter saído de uma churrascaria, com vacas e mais vacas na minha boca!

De resto, tudo bem! Só não volto mais!

Por falar nisso, vejamos o que outros Colegas pensam sobre:

Vida de DentistaDentista cobra de dentista?

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