Fui uma criança muito calminha…

e eu fui uma criança ruiva...

Antes da minha irmã nascer eu tinha poucos amiguinhos, isso devido ao emprego no meu pai: policial militar. Quando bem novinha, mudávamos muito de cidade, aí ficava difícil.

Minha primeira (e única!) aparição nua!

Eu parecia uma bonequinha, sempre. Tinha uma carinha um pouco triste, tímida demais demais… eu apanhava dos coleguinhas na creche mas não batia, minha mãe disse que não era pra bater porque era errado. Mas eu aprontava das minhas! Sempre usando o intelecto, claro, carecterística de uma diva!

Lá pelos 2 anos eu tinha mania de exibicionista. Quando meus pais tinham visitas, eu ia pro meio da sala e baixava as calças, ficava pelada. Achava o máximo porque todo mundo ria da minha capacidade de tirar as roupas! Pra uma criança com 2 anos e alguma coisa era um grande feito, claro que depois de aprender a usar o penico.

Outra dessa época era pegar tooooodos os vinis do meu pai e espalhar pelo chão da sala. Depois disso, eu fazia xixi em cima deles. Parece que eu sabia desde aquela época que nunca iria gostar de música sertaneja, então sentia que estava fazendo um favor pra ele estragando os discos.

Depois disso eu “maltratava” a Mitica, minha gata. Sem intenção, eu não entendia né? Nós andávamos de motoca ao redor da casa juntas: eu na motoca, a Mitica amarrada na motoca. Eu pedalava, pedalava e ela ia “correndo” amarrada na motoca. Às vezes a Mitica acabava sendo arrastada, aí eu parava, mexia nela e concluia: “Ela não moleu, tá só dando uma doimidinha!”.

Mais crescida um pouquinho, a estratégia para chamar a atenção era “fugiu de casa”. Todo mundo deve ter feito isso pelo menos uma vez quando criança. Escolhia os meus melhores brinquedos, colocava tudo dentro de uma mochilinha e no máximo ia dar uma volta na quadra. Eu, quando não fugia, morria. Sim, eu MORRIA!

A bonequinha!

Me fechava no quarto, escrevia um cartaz com coisas do tipo “Mãe você não foi legal comigo, por isso eu morri! ADEUS!” e deitava em cima da minha cama com ele em cima de mim. Desenhava no cartaz também, muitos passarinhos pretos, flores pretas, tudo preto. Era o lápis de cor que eu menos gostava, sempre gostei de tudo muito colorido. Às vezes ficava mais de uma hora deitada esperando que me encontrassem e assim chorar minha ausência. Quando me encontravam, primeiro eles faziam cara de chocados e começavam a dizer “coitadinha, ela morreu” e eu me controlava pra não rir. Aí vinham as cócegas e eu sempre acabava rindo, porém nervosa… alguns desses cartazes minha mãe tem datados e guardados até hoje, mas tão bem guardados que ela não conseguiu encontrar pra eu ilustrar esse post.

São tantas lembranças engraçadas que deixam meus pais nostálgicos. Ontem à noite estavam os dois sozinhos em casa, olhando nossas fotos de criança. Meu pai até chorou de saudade da época, onde tudo era mais difícil mas parecia ser mais fácil. Agora eles estão começando a ter aquele sentimento de ninho vazio, eu quase não páro em casa, minha irmã em outra cidade, as duas adultas. Meu pais com aquela saudade que quase implora por um neto.

Eles virão, um dia. E se eu que era quietinha aprontava, não quero nem imaginar o trabalho que vou ter…

Feliz dia da Criança a todos que ainda cultivam a sua criança interior! 🙂

#goDIVAS! GO!

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