Pesquisadores da Harvard Medical School e da Technion-Israel Institute of Technology pensaram numa forma simples de demostrar o “caminho” das bactérias no processo de resistência aos antibióticos. O experimento mostra as “manobras” desses microrganismos para sobreviverem frente a doses cada vez mais elevadas desse tipo de medicamento, através de um mecanismo de adaptação contínua.

A Experiência

A experiência foi a seguinte: uma enorme Placa de Petri retangular coberta com ágar (aquela “gelatina” usada como meio de cultura de microrganismos) foi dividida em faixas, e cada faixa recebeu uma dose de antibióticos: doses menores nas extremidades, doses maiores em direção ao centro da placa. A cada faixa aumentou-se 10 vezes a dose do antibiótico, sendo que no centro da placa havia uma concentração 1000 vezes maior que na periferia.

A bactéria Scherichia coli foi introduzida no meio de cultura e o seu comportamento avaliado durante 2 semanas através de uma câmera. O resultado você vê no vídeo abaixo:

O dispositivo criado (a “placona” de Petri) recebeu o nome de MEGA (Microbial Evolution, and Growth Arena, uma Arena de Crescimento e Evolução Microbiana, digamos assim), e representa uma forma simples e realista de se entender como se dá o processo da resistência bacteriana a antibióticos.

O "caminho" das bactérias. Vejam como elas se adaptam!

O “caminho” das bactérias. Vejam como elas se adaptam!

Cuidado com o uso indiscriminado de antibióticos!

Quando a gente fala, as pessoas não acreditam… agora com o vídeo, talvez elas entendam: antibiótico só deve ser usado sob prescrição de um médico ou cirurgião-dentista! E ele será prescrito com base num diagnóstico, visando conter ou prevenir um infecção por bactérias.

Antibiótico NÃO É um analgésico ou anti-inflamatório mais forte! São categorias completamente diferentes de medicamentos, pra fins distintos. Se você está com dor de dente, por exemplo, não tem que necessariamente tomar antibiótico. Se você extraiu um dente, também não… a não ser que o seu dentista prescreva.

Sempre que tomamos antibiótico sem necessidade estamos “ensinando” as bactérias a se defenderem desse tipo de medicamento, e elas vão sofrendo mutações. Aí surgem as superbactérias que saem matando por aí, e que de “super” não têm nada… são aquelas mesmas que a gente já conhece. Só que elas aprenderam com os nossos erros.

Seja mais esperto que as bactérias! 😉

Leia o artigo completo na Harvard Gazette. Vale a pena. 🙂

Compartilhe:

Comentários via Facebook