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Não é de hoje que o assunto é polêmico.

Ouvia antes da faculdade, na faculdade e hoje vivo isso no meu consultório.

O que vale mais: saber de tudo um pouco ou saber muito sobre pouca coisa?

Quando se trata de saúde, tudo é válido.

Há anos atrás, não existia esse lance de “especialista”. Todo profissional era capacitado e interessado, principalmente, em todos os procedimentos (não estou levando em consideração as aptidões de cada um, mas sim o fato de atualizarem-se sempre). O dentista fazia de tudo, desde a educação em saúde até extrações complicadas.

Na faculdade, quando disse a um professor que faria especialização, categoricamente ele me respondeu: “Porque você não pega essa fortuna que vai gastar pra ter um título e compra bons livros e os estuda, do começo ao fim?”

Atualmente, não sei se pelo avanço dos materiais ou pelo destaque da profissão no quesito inovação, cursos de especialização estão saindo pelo preço de um carro zero km!

E, os que fazem os cursos, por vezes, deixam passar detalhes banais do dia a dia, por olharem especificamente pro “tal” assunto.

Não tenho especialização.

E confesso que, desse assunto todo, o que mais incomoda é a presunção de colegas que, por terem títulos, se acham no direito de julgar o trabalho de outro colega.

Numa situação particular, fui questionada pela realização (ou não realização) de uma restauração. No caso, a endodontista que atendeu meu paciente, afirmou que eu não havia feito o procedimento. Foi, por ironia do destino, o melhor elogio da minha vida: ela não VIU uma restauração minha… Imperceptível! Protesistas são mestres em questionar clínicos gerais, principalmente quando envolve “convênio“. Ouço sempre: “Porque não tenta restaurar esse dente com resina?”. Parece que esquecem da regra básica: quanto menos dente, mais prótese. Esquecem das forças de contração das resinas e da possibilidade de fratura quando as restaurações envolvem cúspides, por exemplo. Se esquecem que um elemento tratado endodonticamente, está naturalmente fragilizado, necessitando de uma reabilitação que minimize as chances de fracasso. Enfim, regras básicas, da clínica geral, do dia a dia do consultório, que por falta de atualização e de prática, são esquecidas. (Fora a quantidade de cárie que deixam passar e insistem em pedir exames radiográficos complementares para diagnosticar uma lesão que é evidente…).

Acho que especialidades, como Ortodontia e Cirurgia Buco Maxilo, realmente necessitam de um estudo individualizado. Aí sim sou a favor do curso.

Fora que, também, podemos citar as atualizações X especializações: mesma grade curricular, valores diferentes. Mas uma diferença: título.

Eu acho que bom é o profissional que senta no mocho e faz de tudo. Que olha o paciente direito, que examina bem a cavidade oral, que afere pressão e que, por olhar tanto, para tantas coisas diferentes, se vê na necessidade de buscar conhecimento sempre, incansavelmente.

A Odontologia já está uma selva! Se ficarmos parados… somos engolidos.

Volto a dizer: farei uma especialização e darei um carro 0km aos professores. Mas por satisfação pessoal. Por querer aquilo. Por ser importante pra mim…

Porque não vejo a Especialização como qualidade de atendimento, muito menos sucesso clínico.

Estudem, comprem livros.

Isso é o que vale!
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