Mais um debate no Twitter deu origem a uma postagem no blog Pink! A polêmica agora é em cima das Barreiras Gengivais, utilizadas como coadjuvantes nos casos de isolamento absoluto e, principalmente, como proteção tecidual nos casos de clareamento em consultório.
As barreiras gengivais são resinas fluidas, geralmente coloridas, fotopolimerizáveis, usadas para auxiliar o vedamento de isolamento absoluto (principalmente em casos de tratamento endodôntico) e proteção do tecido gengival durante o procedimento de clareamento.
Diversas marcas de géis clareadores no mercado possuem kits onde as barreiras estão inclusas. É o caso das marcas SDI, Villevie e Dentsply. A FGM possui a opção de kits clareadores com e sem a barreira gengival. A Ultradent, no caso do produto Xtra Boost (peróxido de hidrogênio 38%), só vem com as seringas com o agente clareador, sendo a barreira vendida separadamente.
Na minha opinião, o profissional que compra um kit para clareamento precisa da barreira gengival. É inquestionável a necessidade do uso. É protocolo clínico. Concordo que a barreira seja vendida separadamente (seja para repor estoque no caso de muitos procedimentos clareadores ou para quem as utilize, simplesmente, como auxiliar na vedação da umidade).
Ao argumentar com a FGM no Twitter, recebi o esclarecimento de que a empresa disponibiliza as versões com e sem barreira por conta do “tipo de cliente“. Bom, sendo um procedimento clareador, o que difere um paciente do outro no quesito proteção? Nada. A soma dos valores do kit sem a barreira + barreira avulsa não é diferente do kit com barreira gengival inclusa. Logo, qual o motivo da não inclusão do material?
No caso da Ultradent, acho importante ressaltar que a concentração do peróxido de hidrogênio a 38% exigiria um kit completo de proteção. Não há barreira nem agente dessenssibilizante e neutralizante inclusos. Particularmente, um absurdo.
Por que da necessidade do material?
“Uma possibilidade de efeito colateral da técnica de clareamento é a ulceração da gengiva marginal, decorrente de trauma de escovação e/ou moldeira, associado ao contato do gel clareador na técnica de clareamento caseiro ou pelo contato direto do agente clareador quando houver descuido na confecção da barreira de proteção gengival na técnica de clareamento em consultório” (Ewerton Nocchi Conceição – Dentística Saúde e Estética – ed. Artmed 2ª edição, pg 241).
As queimaduras pelo agente clareados são essas áreas esbranquiçadas na gengiva. Um quadro reversível e tratado com solução de bicarbonato de sódio (por isso um dos motivos de não se realizar profilaxia com jato de bicarbonato, já que ele é neutralizante do peróxido). As lesões desaparecem assim que ocorre a completa reidratação da mucosa. Mas, até lá, sensação de queimação e ardor são relatados. Um quadro extremamente desconfortável ao paciente (e isso eu falo por experiência própria). O procedimento de proteção tecidual deve ser muito bem realizado, com uma barreira efetiva que protega as papilas interdentais e checagem com espelho clínico, por oclusal/incisal, para verificar se houve alguma falha no selamento.
Logo, não sei o motivo da opção ter ou não um ítem de extrema importância para o procedimento.
No dia do “debate” no twitter, a FGM tentou usar um arumento exposto por uma colega como uma das justificativas de haver kits com ou sem o produto – “Meu paciente apresentou reação alérgica a barreira“. Esse relato são casos isolados e outras medidas devem ser tomadas.
Além de quebra de protocolo clínico, é muito chato precisar desmarcar um paciente por não haver a disponibilidade imediata de reposição do produto quando, ao abrir um kit lacrado, não se encontra a barreira. Na minha ciadade não há Dental. Logo, preciso fazer minhas compras em outras cidades ou pela Internet.
Na semana que houve a conversa, eu tinha 3 clareamentos agendados para o período da tarde e precisei desmarcá-los em virtude da falta de barreira no kit e pelo fato da Dental ter atrasado a entrega.
Como faz?
Acredito que as empresas do ramo devem considerar a hipótese e o debate ocorrido e melhorar a apresentação dos produtos. Hoje, antes de comprar, eu verifico os componentes presentes no kit e dou prioridade aos que se apresentam mais completos.
Com isso, algumas marcas sobem no meu conceito enquanto outras…
Estou usando aquelas whitestrips da oral b e notei que a gengiva em volta dos dentes inferiores começou a esbranquiçar… devo parar com o uso ou apenas tomar mais cuidado com o posicionamento das fitas? Se eu parar, as gengivas voltam ao normal ou é preciso tratamento?
Esse esbranquiçado na sua gengiva é uma queimadura. Deve-se, SIM, suspender o uso do produto, que por lei já não deveria ser comercializado sem prescrição de um profissional. Aqui no blog eu escrevi um texto sobre as fitas branqueadoras! Eu fui cobaia de mim mesma e aconteceu exatamente o que vc está relatando no comentário.
Esse quadro é transitório, a partir do momento que vc suspende o uso a lesão regride e a gengiva volta ao normal. Se vc continuar com o “tratamento”, a queimadura tende a piorar e ulcerar.
Procure um dentista e faça clareamento dental responsável!
Usei o gel de peroxido de hidrogenio a 7,5 % na moldeira por dois dias durante 40 min e minha gengiva na arcada inferior ficou branca… parei de usar o gel ja fazem 3 dias e a gengiva continua branca… estou com medo de perder as papilas gengivais… isso pode acontecer, não volta a crescer??
Pode, sim, ter havido um problema periodontal mais grave causado pelo peróxido em contato com os tecidos.
O correto é neutralizar o gel, procedimento realizado em consultório.
Recomendo vc a procurar um dentista para acompanhamento e suspender o uso do produto!
>Concordo…
Juliana, uma duvida usei clareador caseiro 22% e minha gengiva ficou sensivel (esbaquiçada) aparentemente com queimaduras/irritações lendo seu artigo você cita que o tratamento é apenas com solução de bicarbonato, é isso mesmo? Obrigado!
O bicarbonato neutraliza a ação do gel clareador. Por isso é indicado sim para esse tipo de situação.
Agora é preciso que você atente para o fato de estar colocando muito gel na moldeira. O ideal é que faça um “risco” fino com o gel na parte da frente da moldeira, de modo que ao colocá-la na boca, forme-se uma película de material clareador sobre os dentes. Se está extravasando é sinal de que está colocando muita quantidade!
>Se é "kit", não é composto por vários produtos?
Eu sempre espero encontrar barreira nos kits. Se comprar errado, a FOR O sem barreira vai me criar problema.
Se a empresa tem os dois tipos, acredito que deva ser muito bem avisado fora da embalagem "NÃO CONTÉM BARREIRA GENGIVAL!"
>Eu estava presente no twitter quando debatíamos esse assunto. Realmente é complicado achar uma solução que agrade a todos. Como relato de uma dentista que usa e adora a FGM, também não vejo o porque de vender o clareador sem o Top estar incluso. Tenho certeza que o profissional pode até não usa-lo no clareamento (quando ele opta pelo isolamento absoluto), mas ele usará para outros fins, também citado pela Dra. Juliana no post. Enfim, minha opinião. Beijos e como vocês dizem, nós merecemos FGM 🙂
>Dificilmente sobra barreira gengival, tendo em vista a quantidade na seringa. Em 1 kit para 3 pacientes, 1 seringa de barreira não atende aos 3 pacientes, sendo necessária, SEMPRE, a compra de um refil.
Concordo com o uso de outros tipos de isolamento para a realização do procedimento mas, até sendo feito com dique de borracha, é importante a completa vedação em virtude de lesões.
Não concordo com as justificativas dadas.
>Prezada Dra. Juliana e leitores do blog;
Conforme previamente esclarecido através do nosso canal no TWITTER, a FGM oferece ao cliente (Cirurgião-Dentista) opções de kit de clareamento com ou sem o TOP DAM (barreira gengival). O procedimento de clareamento dental exige o isolamento da gengiva, porém a idéia do kit sem o TOP DAM foi considerada para profissionais que já têm o produto em seu consultório (remanescente de kits anteriormente adquiridos) ou ainda para os que não utilizam barreira gengival mas sim isolamento absoluto para a mesma finalidade.
Ainda esclarecendo o mal entendido: a decisão de uso do isolamento gengival evidentemente não é opção do PACIENTE, e cabe ao PROFISSIONAL optar por uma ou outra forma de realizar o isolamento – passo obrigatório quando do uso de peróxidos de concentração mais elevada (de uso em consultório).
Gratos pela atenção e conte conosco para quaisquer esclarecimentos ou dúvidas.
Equipe FGM