Navegando pelas comunidades do facebook eis que me deparo com esse texto: super bem escrito e coeso, fala sobre a atual realidade da odontologia e nos mostra como os tempos já foram gloriosos para nós dentistas.
Depois de ler, fica apenas aquele saudosismo gostoso e a expectativa de uma mudança para melhor.
Confiram abaixo o texto do Dr. Ricardo Righesso, dentista gaúcho de Bento Gonçalves:
Quando me formei, no longínquo ano de 1981, sendo filho de dentista e tendo meu pai seu consultório ativo, sabia que meu futuro era a seu lado e que o céu era o limite. Fiz o curso de Graduação numa boa instituição (UFRGS), automaticamente iniciei meu curso de Especialização (Periodontia, também na UFRGS) e isso por si só já era garantia de sucesso profissional.
Então, saído da graduação fui direto para a iniciativa privada. Naquela época, poucos viam as demais alternativas como rentáveis (empregos públicos ou carreira docente). Trabalhar para a Prefeitura sendo seu dentista desmerecia a carreira liberal. Os bons dentistas não tinham e não pensavam em ter empregos.
A carreira docente era para poucos. Exigia muita dedicação, mas especialmente fazer parte da panela. Aqui no Rio Grande do Sul, havia poucas Universidades e somente 5 Faculdades de Odontologia. As 5 faculdades eram verdadeiros feudos, e seus donos, só permitiam que membros do grupo participassem. Então, se você não era da panela, esta iniciativa estava descartada.
Havia sim, estou tentando lembrar, alguns bons empregos. Mas eram raros. Talvez pudesse mencionar a carreira militar. Algumas áreas onde especialistas eram bem remunerados, como no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. O Inss também contratava alguns dentistas, mas as vagas normalmente estavam preenchidas e não haviam novos concursos. O Sesi contratava alguns dentistas. Alguns colegas dedicavam uma parte do seu tempo prestando atendimento em algumas empresas, como funcionários, imaginando ali realizarem pequenas tarefas, obterem um salário e benefícios garantidos, mas fundamentalmente usam isso para se tornarem conhecidos e angariarem pacientes para sua clínica particular. Normalmente era isso. Mas a grande maioria, talvez mais de 90% se dedicava a clínica particular.
Ser dentista e melhor ainda, se você fosse um bom dentista, isso era garantia de uma boa remuneração. Falo de algo em torno de R$ 10.000,00 como um valor mínimo. Não raro haviam colegas que freqüentavam faixas bem maiores, com remunerações médias na ordem de R$ 25.000,00 e alguns outros, agora em menor número, mas ainda de forma significante, que orbitavam nos patamares de R$ 50.000,00 para mais.
Meu pai, que não tinha nenhum emprego, trabalhava bastante, algo em torno de 10 à 12 horas diárias, cinco dias por semana. Mas sua renda ( eu nunca soube os valores reais) deveria ser elevada pois chegou a manter 4 filhos em estudo universitário, sendo 3 fazendo o curso de Medicina, todos ao mesmo tempo e morando em outras cidades. Ainda assim, andava de carro bom e do ano ( sempre os melhores modelos) , adquiria imóveis e tirava férias com toda a família. Meus irmão acadêmicos de Medicina moravam em Porto Alegre em apartamento próprio e tinham automóvel. Convenhamos que um dentista que banca sozinho um padrão de vida como este e tem sua renda oriunda somente de sua atividade profissional deve ter um faturamento mensal muito bom.Assim era a Odontologia dos anos 80 e 90. A partir de 2.000 eu acredito que as coisas começaram a mudar por aqui. Se eu estiver enganado talvez tenham começado a mudar um pouco antes e eu demorei a perceber.
Hoje vejo colegas, amigos dos meus filhos, egressos da Ulbra, que pagavam mensalidades próximas a R$ 4.000,00 para os últimos semestres do curso de Odontologia atuando em clínicas populares e recebendo R$ 10,00 por hora de trabalho, sem carteira assinada e qualquer tipo de benefício. Como pode alguém pagar uma mensalidade de R$ 4.000,00 e perceber R$ 1.500,00 por um mês de trabalho?
Realmente o contexto é outro. Agora com a minha nova clínica estou desenvolvendo um projeto e com a finalidade de realizar algumas pesquisas comecei a selecionar estagiário, futuros colegas, estudantes de Odontologia. Tenho perdido o sono ao perceber o que estes jovens profissionais imaginam e a dura realidade que os espera. Pensando neles e que estou escrevendo este documento.
Fruto de vários estudos tenho tentado imaginar o futuro da Odontologia. Assim cheguei a algumas conclusões:
1- Acredito que nos próximos anos os governos federal, estadual e municipal haverão de investir pesado em saúde publica. Desta forma haverá um número maior de procedimentos englobados e a prestação dos serviços odontológicos será uma prática mais comum. Vejam que nas grandes cidades já existem os CEOs (Centro de Especialidades Odontológicas) onde inclusive especialistas prestam atendimentos. Nesta alternativa não acredito que um profissional perceba mais que R$ 5.00000 para 40 horas semanais. Poderá haver exceções, mas serão exceções.
2- Os planos de saúde passarão a ofertar os serviços odontológicos aos seus associados, seja na forma de atendimentos em locais próprios ou em serviços conveniados. Vejam que a Odontoprev já abocanhou todos os funcionários ativos do Banco do Brasil e vejam os valores pagos aos profissionais que executam estas tarefas e as exigências feitas. São valores absurdamente baixos. Aqui acredito que nas grandes cidades, os planos terão seus próprios locais e os dentistas atuarão na forma de empregados via CLT e os salários serão desta ordem, algo como R$ 5.000,00 no teto. Nas cidades menores, os planos e convênios terão parcerias com as clínicas populares e os únicos felizardos serão os donos destas clínicas. Os dentistas continuarão a serem explorados.
3- Restarão sim alguns nichos, onde via concurso, alguns dentistas terão uma remuneração mais condizente, tal qual, ser dentista concursado das Assembléias legislativas, do Judiciário, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e de algumas autarquias. Mas serão poucas vagas e os concursos serão muito disputados. Aqui posso estimar uma remuneração com teto na ordem de R$ 15.000,00. Juntando todos, digas 1.000 vagas como esta em todo o país.
4- A carreira universitária também abrigará alguns profissionais, sendo que hoje lecionar numa universidade Federal paga algo em torno de R$ 6.000,00 para 40 horas semanais, ou seja, dedicação exclusiva. As universidades particulares podem funcionar como uma complementação de renda para profissionais sem outros vínculos empregatícios de concurso, então um dentista poderá lecionar em uma instituição particular e preencher o restante de seu tempo em atividades liberais. Não acredito que uma instituição particular pague muito mais que R$ 3.000,00 por 20 horas semanais. Isso exige no mínimo mestrado e algumas vezes doutorado.
5- Os consultórios particulares, aquele famoso Gabinete Dentário, onde um único dentista exerce suas atividades esta com os dias contados. Por mais hábil e qualificado que seja o colega, as clínicas dominarão o mercado. Atuando de forma mais empresarial, as clínicas oferecerão bons ou melhores profissionais, com maior infra-estrutura, tudo num único local.
Assim entendo que este será o cenário para os próximos anos. O dentista liberal será uma raridade e certamente estará nestas clínicas. Penso que para aqueles que desejam uma remuneração maior a única alternativa seja, tornarem-se tão qualificados que estarão aptos a trabalharem nestes ambientes e especialmente que desde logo tentem se aproximar de profissionais que possuam ou já trabalhem em clínicas deste tipo.
Poderíamos divagar por longas horas tentando explicitar mais este cenário. Contudo o objetivo destes escritos é alertar aos pais destes jovens, no sentido de saberem no que seus filhos estão se metendo. Não deixem seus filhos iniciarem seus estudos acadêmicos pensando nos dentistas dos anos 80 e 90. Não permitam que sua visão de profissionais como meu Pai norteiem suas decisões. O cenário é outro. Mostrem esta realidade aos seus filhos. O mercado Odontológico atual é decadente. O número de profissionais formados anualmente é maior que a capacidade do mercado em absorvê-los, logo as remunerações estão decadentes. Levará muitos anos para que isso mude.
Então se você tem um negócio próprio, se você tem um comércio, se você tem uma prestadora de serviços de relativo sucesso, não acredite que a galinha do vizinho como menos milho e engorda mais rápido que a sua. Fale com seus filhos, tente explicar o mercado atual, faça-os iniciarem cedo a luta pela sobrevivência e desta forma adquirirem condições de sobrevivência num mundo tão disputado. Hoje, se eu não fosse dentista, pensaria com muito mais cautela se deixaria meus filhos cursarem Odontologia e somente o faria depois de conhecer o cenário e ter a certeza que dispunha de tanto capital que poderia permitir que eles estudassem tanto, que seriam as sumidades do futuro.
Vejo famílias fazendo sacrifício dignos de Hércules para formar seus filhos. Alguns estudantes chegam a passar fome. Famílias se endividam por anos, pensando que estão fazendo o melhor por seus filhos. Nós os pais somos uns babacas, estamos ainda vendo o mundo com os nossos olhos e com os nossos valores. O mundo mudou. Sim, o mundo mudou. Em 1987 meu orientador, o Prof. Rolf Atströem, me disse enquanto eu estudava na Suécia, que nós cometíamos um erro grave no Brasil, pois acreditávamos que Faculdade era para dar profissão. Segundo ele, que dá profissão é curso técnico, faculdade e universidade servem para abrir a mente, para dar conhecimento.
Talvez daqui alguns anos muitos possam rir por terem perdido seu tempo lendo estes escritos, mas se não servirem para nada, pelo menos terão feito vocês pensarem, analisarem e tentarem ao menos me desmentir.
E então, o que acharam? Comentem!
#goDIVAS! GO!
Na minha opinião, o texto é bem real… arrependo-me em ter escolhido a Odontologia com apenas 17 anos. Não tinha nenhum dentista na família para que eu pudesse ter visto a real situação e fui influenciada por profissionais mais antigos, que viveram o auge da Odontologia e não admitiam a decadência da profissão, até para não demonstrar fraqueza e insucesso. Arrependo-me de não ter procurado uma orientação profissional, por mim mesma, mas pela minha imaturidade na época, não me culpo de minha decisão. Meus pais simplesmente me mandaram escolher qual faculdade queria fazer, ou seja, sair do segundo grau e ir para a faculdade, logo no ano seguinte, era imperativo. Tive até gastrite grave no ano do vestibular, devido às cobranças. Era uma adolescente com a mente brilhante, muito inteligente, com muita vontade de realizar por exemplo, um intercâmbio para aperfeiçoar o inglês, que adorava, e que estudava desde os 10 anos, mas meus pais tinham o velho conceito que a filha tinha ir para a faculdade, logo em seguida (e morar no máximo em cidades vizinhas, mesmo que fosse uma faculdade particular, sob a tutela e dependência deles). Ter dúvidas em escolher a carreira era inadimissível, já que foi dada a mim a opção de escolher o curso que quisesse, que pagariam, como se isso bastasse, sem se preocupar em ajudar a me orientar. Já eu, sonhava em ser independente e começar a trabalhar, desde nova, mas cedi aos anseios deles. Hoje, com 35 anos, vejo que o Direito seria minha verdadeira aptidão profissional. Poderia ter começado trabalhando, mesmo em escritórios de advogacia, por exemplo, e pensar melhor sobre minhas aptidões, mesmo ganhando um salário mínimo. Até mesmo como auxiliar em consultórios, porquê não, para ver de perto como era a Odontologia? Dessa forma, vejo teria adquirido muito mais maturidade do que ter sido lançada no mercado aos 22 anos, totalmente crua, se sujeitando a trabalhar em clínicas, em subempregos. Adiantou ter tido tanta pressa? Meus pais ficariam envergonhados se uma filha se prestasse a trabalhar por um salário mínimo enquanto estudasse, imaginando o que as pessoas comentariam, coisa típica de cidade do interior. Desistir da faculdade no meio? Nem pensar! E como criticavam os filhos dos amigos que faziam isso! Lembro de um antigo professor, que no segundo ano de faculdade nos alertou sobre isso: quem estivesse ali pelo dinheiro, ainda teria tempo de desistir. Mas considero muito mais vergonhoso um dentista recém formado sair da faculdade se sujeitando a praticamente “pagar para trabalhar”, ou ainda, montar um consultório e sequer ter dinheiro para pagar um condomínio, por exemplo. Como direcionei minha vida profisional aos concursos públicos, para me ver livre das cobranças em ser uma profisisonal endinheirada, como eles acreditavam que um dentista deveria ser, hoje tenho o privilégio de atuar na Odontologia, como perita, e concursada, apesar de ser especialista. Porém, isso não me livra de encarar no dia a dia a crescente desvalorização da Odontologia nas instituições públicas, até mesmo pelos próprios dentistas. Já vi colegas com vínculo temporário, também peritos odontológicos, que trabalharam anteriormente a mim, no meu trabalho, se sujeitarem a aceitar a atuar como auxiliares administrativos para peritos médicos, sendo subutilizados em atribuições alheiras às da Odontologia. Realizavam perícias somente para substituir o perito concursado, em faltas e férias, e consequentemente, não recebiam sequer insalubridade. Como não aceito se submetida a essa situação, venho passando por represálias pela chefia imediata, até que injustificadamente protelou o andamento de requerimento da insalubridade. Talvez seria mais fácil eu ceder, mas penso que o próprio dentista é o culpado pela desvalorização da profissão, ele mesmo “matou a galinha dos ovos de ouro e agora está fazendo peteca com as penas”, como diria um professor conhecido. Certamente meu filho não será dentista! E quem sabe não começarei a fazer Direito e ter muito mais opções para concursos, com melhores salários?
Fiz odonto… terminei a facul devendo fieis e materiais.. não tive como pagar especialização nem consultorio… vi meus amigos investindo pesado e se desenvolvendo na carreira e eu ganhando uns mil e pouco reais trabalhando em clinicas pop… pensava… o que estou fazendo aqui? Se eu trabalhar numa loja eu ganho mais e não tenho toda essa responsabilidade. Resolvi ir pro interior do Ceara… la as prefeituras não pagam os salarios dos profissionais contratados então perdi tudo… a odonto pra mim infelizmente foi um inferno… anos de dedicação e luta para pagar a faculdade para passar por tudo isso… Hoje estou lutando para mudar de area mas ja estou com 40 anos. Tento concurso mas é tudo muito concorrido… Tentei fazer uma especialização mas só de material era ao redor de 9000. Não tive como pagar.. Odonto é pra quem tem grana e apoio da familia.
Putz, eu acabei de passar em odonto. Na realidade, queria fazer medicina, mas não passei, e como consegui passar em odonto, aqui estou eu cursando. Bom, tenho 19 anos, tava pensando em ir cursando odonto e continuar tentando med, em paralelo. Eu já estava cedendo a ideia de ceder à odonto, ou seja, me entregar de vez a essa profissão. E para isso teria que enfrentar a fúria de meus pais, pois eles falam que odonto é escravidão.. Que a pessoa estuda como médico e ganha pessimamente. Como, meu objetivo principal na medicina nunaca foi O DINHEIRO, pensei: Bom, um odontólogo recebe menos, mas cuida das pessoas… Posso ajudar a melhorar a saúde, etc.. Mas ao me deparar com desabafos como esses, não tem como não ficar desmotivada e dar razão aos meus pais. Mesmo que meu objetivo não seja ser rica com minha profissão, quero e acho justo ter um conforto de vida. Fico muito triste nesse contexto de imposição do capitalismo. A vida, a saúde e dignidade de uma profissão são tratados com descaso.
Eis minha dúvida: você quer mesmo cuidar as pessoas ou quer apenas ganhar bem, rendendo-se ao capitalismo? Cuidar das pessoas é um dom, e ganhar bem pra isso é consequência apenas. Dificuldades vão existir em qualquer profissão.
Mas se você quer dinheiro, o caminho mais fácil é fazer Direito: estuda e passa num concurso federal que tu tá o resto da vida garantida. Ou então pega todo dinheiro que você gastaria numa faculdade e aplica em ações ou numa poupança. Ele vai render e crescer, e você fica dinheiruda pro resto da vida.
A Odonto é difícil como qualquer outra faculdade. nem mais nem menos. Se você quer fazer algo bem feito precisa estudar muito, e como a odonto é requer habilidade manual vai ter que treinar e treinar como um artesão. Na medicina, vai ter que treinar e treinar como um engenheiro avaliando uma máquina complexa, enfim.
Por fim, se você está na odonto só porque não passou na medicina caia fora mesmo porque você nunca vai ser feliz, vai ser sempre uma pessoa que “poderia ter sido médica”. Eu mesma cresci ouvindo meus pais dizerem que eu seria médica, e quando entrei na odonto sem saber se era isso mesmo que eu queria acabei dando uma chance a mim mesma graças a felicidade dos meus pais com uma aprovação num vestibular imediatamente após voltar de um intercâmbio. Acabei gostando e descobri o meu dom, e hoje tenho a certeza que não seria mais feliz – apesar de todas as dificuldades – se não fosse dentista. E quanto as maneiras de ganhar dinheiro… bem, é só trabalhar bem que nunca faltará paciente. É só se dedicar a um mestrado/doutorado que nunca faltará uma faculdade para lecionar. É só aprender a tratar seres humanos como um todo ao invés de olhar só para a boca. O dinheiro demora – como em tudo – mas vem, como consequencia do trabalho. Pense nisso e vá pro caminho que te fizer mais feliz! Abraço 😉
Você está enganada. A odontologia exige uma coisa que os outros não exigem. Materiais carissimos e especializações de 30.000. Só um motos de implante custa ao redor de 10.000 então não basta ter competência e estudo na odontologia tem que ter grana para todos os materiais, consultorio, marketing, auxiliar, secretaria…
Só se dedicar a um mestrado ou doutorado? primeiro que na odonto exige ingles fluente e tenho amigos com mestrado e doutorado que não conseguem dar aulas pq o mercado está saturado.
olha .. odonto hj em dia e p ser feita por filho d papai . falo isso oq moro no amazonas, bom uma pessoa ki si forma cheia de dividas tanto d materias com de instrumentais, no fim d tudo acaba com a realidade de que . esta sem emprego e as contas chegam fim do mes, oque acaba que ela aceita um emprego no interios do amzonas . em cidades desoladas com um salario de 2.200 . ou ate ganha um pouco mas em reservas indigenas em torno de 5.000 mas e 2o dias no mato sem internet dormindo ruin e comendo ruin.bom entao ne. volta a questao ..
Eduardo, e “filhinhos de papai” se submeteriam a esse tipo de condições? Cuidado com as palavras que você escolhe, generalizar é fácil e injusto.
Sou formado pela USP.sabe quantos pacientes me procuram exclusivamente por isso? Nenhum. Nunca vi alguém dizer que precisa, por exemplo, de um endodontista, mas sim de dentista e esses são muitos por aí.
Verdade: as academias vendem mentiras; na verdade criam problemas para depois venderem soluções em cursos de pós caríssimos,que nada mais são do que novos problemas. Ser especialista para o mercado não e diferencial nenhum. Ser formado na uninove ou na USP, tanto faz. Nada vale pela importância que tem, mas sim ela sua raridade. Somos muitos e por isso valemos pouco.
Não escolho a profissão por dinheiro mas por vaidade…não escolho por dinheiro…vamos parar de hipocrisia…todo mund quer viver bem…quer pelo menos viver…gente, viver no Brasil não é fácil…vamos fazer e pensar em alho ganha ganha…chega de hipocrisia!!! Se tem dinheiro pra sustentar a vaidade tudo bem mas se não, talvez investir R$ 100.000,00 em uma poupança ou apartamento seja melhor!!! Estudar o mercado!!! É essencial!!!! Não é a Odontologia..é a VAIDADEEEEEE que acaba os dentistas!!!!
Finalmente alguém com coragem pra falar. Pessoal. Sonhar é bom demais mas sem planejamento não dá. Vamos encarar a realidade!!! Tudo isso que ele falou é a mais pura verdade. Seja pra mudar a realidade do mercado, que será a longo prazo, isso se começarmos agora e deixamos a vaidade de lado, seja pra conscientizar a sociedade… Uma coisa é certa: nunca vamos chegar a lugar algum se não soubermos onde estamos. Estamos no caos total! Pessoal, vaidosos, colegas!!! Saiamos do salto. !!!! A maioria está literalmente quebrada!!! A poucos dias soube de um colega idoso na fila do concuro público ora terem fixo de R$ 3.000,00. Ok…meu paciente representante de uma empresa de remédios recebeR$ 6.000,00.
O mercado do dentistas é excelente para os bancos que fazem empréstimos, e excelente para os agiotas e etc… Aos acordar!!! Professores, chega de vender mentiras!!! Daqui a poucomvcs mesmo não terão mais alunos!!!!!
Boa sorte, Janaína. Cuidar das pessoas é a melhor coisa que nossa profissão oferece. Pena que muitas pessoas não priorizam a saúde bucal. E a lei do mercado consegue ser mais cruel que a desvalorização praticada pelos próprios dentistas. Abrace a sua escolha, a odontologia é uma linda área de atuação, mas pense em outras alternativas para complementar o seu sustento. Raros são os que têm uma remuneração justa atuando como dentistas. E não digo isso para que fique triste. Apenas desejo que, no frescor dos seus 17 anos, você possa ter algum conhecimento sobre nossa realidade profissional.
Tenho 17 anos, e vou sim prestar para odontologia aqui na minha cidade (Unesp). Fico muito triste quando escuto alguns comentários sobre os dentistas, e vejo muitas vezes a desvalorização dessa profissão tão linda… Como diz minha querida mamãe: “Dentista é o médico da boca.”
Só acho que muitos dentista se DESVALORIZAM em alguns aspectos, e consequentemente, isso acaba acontecendo. Não escolhi a Odontologia por dinheiro ou status, escolhi odontologia porque acho que os Dentistas são pessoas importantes na saúde de uma pessoa. É pela boca que comemos, que fazemos o começo da nossa digestão, que falamos, que sorrimos, a nossa auto-estima também esta na boca. Não só na boca – pelo pouco que eu sei, em outras partes da face também -. Estou muito feliz com a minha escolha, em ser Dentista, em cuidar das pessoas. E independentemente das dificuldades que virão pela frente, não vou desanimar nunca =)
Ps: Não vejo a hora de ter um jalequinho branco escrito: “Janaina dos S. Nogueira.”
AHAHAHAH beijos a todos (:
FAZ UM FAVOR A SI MESMA, BORDE EM UM JALEQUINHO O SEU NOME E AGITE NO CARNAVAL. MAS NÃO FAÇA ODONTO.
Concordo com o colega veterano. Tenho 20 anos de formada, com mestrado e especialização, e mesmo assim me via obrigada a atender o convênio Bradesco para complementar minha renda. Entretanto a partir de 1º de dezembro eu e um grupo de colegas paralizamos o atendimento, pois não aceitamos a tal “PROPOSTA INDECENTE” de recontratualização com a Odontoprev. Procuramos o Sindicato dos Odontologistas do nosso estado e estamos nos reunindo para tomarmos a melhor decisão para a classe odontológica. Todos deveriam se unir neste movimento, suspender o atendimento e procurar o nosso sindicato ele existe para isso, esta atibuição não é do CRO.
He o tal negocio de ter mais Dentista que dente . Me formei em 2002 e ouvia que o negocio daqui a 10 anos iria melhorar . Ja se passaram 9 anos; e ano a ano so piorou . Cada vez mais convenio; mais clinica pop ;mais clinica de empresario ; e mais Colegas que abrem seu consultorio em busca de seus sonhos . Mesmo bolo sendo fatiado para mais pessoas que cobram cada vez menos pelo seu pedaco tao suado em conquistar .
[…] em Guest Posts em 6 de fevereiro de 2012 0 Colegas, essa é a segunda parte da série “O Futuro da Odontologia“, do Dr. Ricardo Righesso. Este texto também foi compartilhado pelo autor no facebook, no […]
Formei-me em 1988, tempo ainda mais ou menos da odontologia. Meus pares me criticaram por procurar um emprego e depos montar um consultorio particular! Vc está loca? Vai queimar seu filme sendo dentista de centro de saúde ( salário baixo mas que paga minhas contas mensais) minha vingancinha foi ver depois de alguns anos, estes mesmos profissionais “pop star” se degladiando por este mesmo emprego público. Não deixo dele de maneira nenhuma, pena ser tão mal remunerados, pois quando se tem concurso para as vagas de R$5000,00 á 15.000,00 ou mais nunca são divulgadas pois funcional na base do Q.I….quem não faze um pezinho de meia durante a profissão, passa por necessidade no final da carreira……isto é muiot injusto!
Na verdade esse não é o futuro da Odontologia. Já é uma realidade do presente infelizmente.
Ok ! Sou estudante de odonto segundo ano , tenho 38 anos , então isso tudo é para eu desanimar e não acreditar mais no futuro da odontologia,quer dizer q não vai mais haver pessoas,para serem tratadas ou dentistas q vão se aposentar um dia.
E fora da capital deve ter lugares a ser explorado,para montar consultórios , sei la mas acho q sempre haverá um grupo de pessoas q gostam ,confiam e querem ser tratado pelo profissional liberal, as clinicas estão tão populares , fazem perder o verdadeiro valor do CD e seu trabalho.
Vou continuar porq isso q diz no texto acima se chama globalização , e t mais ,o sol nasce para todos e no tempo certo.
Ninguem está dizendo para desanimar, até porque somos todos dentistas. É só um pouquinho de choque de realidade, pois todos saimos da faculdade com a idéia que odonto = dinheiro. Que fizer odonto por amor vai encontrar o seu nicho depois de algum tempo (uns 5 anos). Quem fizer pensando só no lucro vai ter que rever os pensamentos.
excelente texto…claro limpo e direto…o mundo muda …a odontologia tb.
os planos vieram e infelizmente, para ficar: existe mercado para compra , e mão de obra para suprir.
vivi os finais destes anos e com certeza foi correta a colocação do colega ao mencionar a derrocada da profissão…
infelizmente, quando alguém posta algo neste termos na net, é imediatamente taxado de fracassado ou frustrado…normalmente por colegas em graduação ou com poucos anos de vivência…
uma pena, posto que depoimentos como este são alertas, apesar de emitirem opiniões pessoais….mas opiniões pessoais calçadas em fatos e números.
sucesso á todos.
Eu tomei contato com a odontologia como auxiliar num tempo de vacas gordas (1984), mas nunca pensei que fosse ficar rica. Talvez isso tenha me ajudado a encarar e compreender a situação atual.
Hj falei da tristeza com um casal no congresso falando mal da Odontologia, mas foi com ela que formaram dois filhos engenheiros.
Concordo com o colega do texto, na questão das mudanças nas 3 gerações, mas tudo mudou. Muitas profissões deixaram de existir por causa das mudanças no mundo.
Acredito que precisamos realmente valorizar a odontologia e combater os planos que, estes sim, ganham dinheiro.
Sei tbem que todo mundo precisa de dinheiro, mas pautar uma carreira pensando somente o quanto vou ganhar, pode me levar a insatisfação pessoal eterna.
Eu que estudei com credito educativo, numa familia sem dentistas, com pais sem grandes estudos, agradeço a ODONTOLOGIA, tudo o que tenho hoje (que até pode parecer pouco pra muitos), e de quebra ainda sou muito feliz.
Meus filhos parecem que seguirão outros rumos, mas, eu os animaria, se dentistas quisessem ser.
Talvez num mercado de trabalho mudado, mas todos temos que nos adaptar as mudanças em algum momento da vida.
Mas essa é só a minha opinião 🙂
Depoimentos como o seu me fazem ter certeza de que escolhi a carreira certa. 😀
Obrigado!
É verdade, Murilo. Fico feliz em ver pessoas que realmente amam o que fazem. =)
Concordo com o Murilo!
Depoimentos como o seu me fazem ter certeza de que escolhi a carreira certa. 🙂
Obrigada pela força!
O texto é ótimo e infelizmente, muito real.
Sou universitário, sem nenhum CD na família, vendo o esforço da minha mãe pra me ajudar.
Já tenho plena consciência de que meu diploma não será um diferencial, e sim o básico pra ser um profissional, e que muitos anos de atualizações, especializações e aprimoramentos me esperam.
Alguns tentam nos consolar levando em conta o renome da minha universidade (UNESP), mas numa clínica particular meu paciente não vai aceitar ou recusar atendimento de acordo com a minha instituição de ensino. Isso é algo que vou mostrar com meu trabalho, frente àqueles que infelizmente cursam em faculdades lamentáveis (sejam elas públicas ou privadas).
Só resta esperar que essas “mudanças futuras” que desejamos, estejam num futuro próximo. rs
E com foco nos desafios que esperam os acadêmicos de hoje.
Excelente texto.
Cumpre lembrar que os convênios não satisfazem aos clientes. O dentista não está satisfeito, tampouco os pacientes.
Inúmeros convênios faliram nos últimos anos. Meus pacientes da Odontoprev só reclamam do plano.
Qual será a conclusão dessa situação.
Também precisamos abordar a inércia do CRO na questão.
Aqui em SP, dizem que os membros do CROSP são donos secretos de convênios.
Convênios são o grande problema da odontologia. Enquanto os dentistas não se unirem em busca de uma tabela de honorários aceitável, os únicos satisfeitos serão os acionistas dos mesmos.
É claro que alguém que decide fazer odontologia nos tempos de hoje, sabe que as oportunidades não estão tão favoráveis assim, e que o mercado de trabalho é cruel, até porque hoje em dia a maioria das areas estão supersaturadas. Acho que os jovens estão muito bem esclarecidos e muito interessados em se especializar, em se qualificar, eles sabem que vão ter que passar por grandes dificuldades. Acho que é um exagero falar assim de odontologia especificamente, é preciso apenas estar consciente e preparado para encarar tudo isso seja em odonto, seja em qualquer outra area. Inevitável!
Bom Aninha, o texto expressa a opinião de um dentista que tem a odontologia como uma tradição familia de 3 gerações. Acredito que o Dr. Ricardo pode fazer essa comparação, visto que o pai e os filhos são dentistas.
Uma coisa é fato: se pra ele está dificil encarar a realidade, imagina o que é pra alguém sem parentes dentistas começar do zero nos dias de hoje? Hoje em dia não basta ser apenas bom, tem que ser o melhor pra ter espaço no mercado! Fica a reflexão.
Exato, como eu disse, é preciso estar consciente e preparado para tudo isso.