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Muito comum no consultório e atire a primeira pedra quem nunca teve um paciente reclamando de sensibilidade após uma restauração de resina composta!

A exigência estética nos trouxe esse incoveniente: sensibilidade pós operatória.

Antes de deixar o paciente sair da cadeira já aviso: “pode ser que fique sensível nos primeiros dias”.

Claro. Tenho que alertá-lo sobre tudo que pode acontecer, mesmo que não aconteça, pra que ele não pense que meu trabalho ficou a desejar. Afinal de contas, é a nossa carreira ?

As resinas são materiais que exigem manipulação, armazenamento adequado e, que pra completar, possuem um protocolo clínico que está diretamente relacionado com o sucesso do procedimento.

Algumas regras devem ser seguidas para que, além de bonitas, nossas restaurações não tragam desconforto e dor ao paciente.

Quando falamos de ataque ácido, nos referimos ao procedimento que visa remover a camada de “smear layer” ou seja, tudo aquilo que fica depositado sobre a dentina depois do preparo cavitário. Digamos que ele tem como função uma desobstrução profunda dos canalículos dentinários para que, posteriormente, o dente possa receber o sistema adesivo. Imaginem que, com a ação do ácido, criam-se espaços que são preenchidos pelo adesivo e que se transformam em “vigas” de sustentação do material obturador.
O que ocorre com o protocolo da utilização das resinas compostas é: se não tomarmos cuidado com o tempo desse condicionamento ácido, o paciente vai SIM sentir dor.
O ácido fosfórico causa uma desidratação da superfície. Quando usado por tempo prolongado ou em concentrações inadequadas, desnaturam e enfraquecem o colágeno presente na dentina.
Trata-se de uma etapa do protocolo clínico importante para o sucesso do seu tratamento.
O que fazer?
  • Certifique-se da concentração do agente condicionante.
  • Tempo de condicionamento em esmalte: 30 segundos
  • Tempo de condicionamento em dentina: no máximo 15 segundos.
  • Hidratar a superfície com spray água/ar pelo dobro do tempo do condicionamento (logo, 1 minuto de hidratação da superfície)
  • Dentina deve permanecer úmida (nada de jato de ar direto). Seque-a com bolinha de algodão ou papel absorvente.
  • Esmalte seco, de aspecto esbranquiçado.
  • Clorexidina 2% – usar ou não? Eu uso, sempre. Aplico com bolinha de algodão, após o ataque ácido, para manutenção da camada híbrida. Depois prossigo com a aplicação do sistema adesivo. (Não secar após aplicação da clorexidina. E não encharcar o preparo cavitário)
  • Adesivos: dê preferência aos que tenham água como solvente, e não acetona. Exemplo: Ambar (FGM) e Single Bond (3M).
  • Quantidade de adesivo: uma dica que vi num curso e achei fantástica: A quantidade de adesivo no microaplicador deve ser aquela onde você consegue ver os “pelinhos” do microbrush, sem formar aquela gota.
  • Aguarde o adesivo penetrar nos túbulos, realique-o e depois fotopolimerize.
  • O aspecto da cavidade deve ser “caramelado“, mas sem poças de adesivo.

Pronto, feito isso, com pequenas quantidades de resina, vá começando sua restauração. Lembre-se do FATOR C e não una paredes opostas com um único incremento de material. A contração da resina gera uma força capaz de defletir cúspides e, até mesmo, causar fratura no elemento dental.

Após a escultura, ajuste oclusal. E oriente seu paciente a retornar no dia seguinte, pois a anestesia mascara a percepção do ligamento periodontal e, muitas vezes, o paciente acha que está tudo bem, quando na verdade, ainda há contato prematuro.

Esclareça que, se houver sensibilidade, ela é reversível. E esteja disponível para o paciente, caso ele reclame de dor!

E vamos nós! Entre brocas e resinas, fazer sorrir! E, se possível, sem dor!

#goDIVAS

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