>

Fonte: imagem

Há 1 semana, no Twitter, várias pessoas me questionaram sobre Clareamento Dental. Produtos, técnicas, preços, etc. Faço muitos clareamentos no meu consultório (graças a Deus) e vou ajudá-los em alguns ítens que acho importante ressaltar!

Como oferecer o Clareamento para o paciente?

O clareamento não é um procedimento que classifiquemos como reabilitador funcional. É um procedimento estético. Logo, não é necessário para a saúde do paciente (embora o conceito de saúde, de acordo com a OMS, inclua o bem estar psicossocial do paciente e, assim, dentes brancos ajudam, sem dúvida, em um melhor relacionamento social).

Quando qualquer paciente comparece ao meu consultório, se depara com propagandas das empresas e um quadro demonstrativo que fica na frente da cadeira odontológica. Assim que entram, eles perguntam sobre o procedimento e eu os esclareço. Entenda assim: invista no marketing!

Pacientes que necessitam de restaurações anteriores e reabilitações protéticas que incluam elementos presentes no sorriso estético (de pré molar direito a pré molar esquerdo) devem ser esclarecidos sobre as possíveis trocas das restaurações e próteses caso, posteriormente à reabilitação funcional, o paciente se interesse em fazer o clareamento.

Fotografe seus casos no consultório e mostre para eles o aumento do brilho e rejuvenescimento do sorriso após o tratamento!

Que material usar?

Há no mercado uma variedade de géis clareadores. Várias marcas, várias maneiras de aplicação, vários preços! Eu, particularmente, já experimentei muitas marcas e hoje, além do fator financeiro, levo em consideração o número de aplicações que o material me permite, se o material mantém o pH cítrico por 45 minutos (para o caso de clareamento de consultório) e de que é composto os kits de cada marca.

Algumas marcas vendem os kits com a especificação “4 pacientes”. Na verdade, a denominação está errada! São 4 aplicações, ou seja: se você aplicar 4 vezes em 1 paciente, você fez 1 boca. Fique atento a esse tipo de propaganda. Outra coisa que devemos atentar é ao prazo de validade dos produtos após manipulados, no caso de géis no esquema de seringas acopladas, para que o produto não perca o poder de ação. Mais uma advertência: armazenamento. Se deixarmos o produto sob exposição de luz e calor, a propriedade de tixotropia é alterada e ele fica mais fluido, podendo causar queimaduras nos tecidos orais.

Verifique se os kits possuem barreira gengival e solução neutralizante.

Tenha em mãos um bom afastados (expandex) labial e protetor labial (que pode ser vaselina sólida). Proteja os lábios do paciente e, após a aplicação e correta polimerização da barreira gengival, complemente a proteção com roletes de algodão.

Em relação às marcas comerciais, fica a critério de cada um. O princípio ativo é o mesmo, geralmente na mesma concentração. Há no mercado apenas uma marca com concentração superior a 35% de peróxido de hidrogênio para sessões em consultório.

Que cuidados devo ter com o paciente?

Profilaxia com pedra pomes (nunca com bicarbonato, pois esse neutraliza a ação do gel), barreira gengival (checando com espelho posicionado na incisal dos dentes se há espaço entre a barreira e a gengiva), afastador labial, roletes de algodão, protetor labial e óculos de proteção. Utilize o dessenssibilizante depois do procedimento, caso contrário há obliteração dos canalículos e a dificuldade de permeabilidade do produto.

Além dos cuidados clínicos, preocupe-se em fazer um bom registro da cor e, se possível, fotografar sempre o antes e depois de cada sessão clínica.

Oferecer ao paciente uma carta com informações sobre o que é o clareamento, quais restrições na dieta ele deve seguir, por quanto tempo, orientar sobre a possibilidade de sensibilidade e, principalmente, explicar que as imagens que ele vê na mídia nem sempre são, somente, resultado de procedimentos clareadores.
Clareamento com creme dental funciona?
Não. O clareamento é um processo que ocorre de dentro para fora da estrutura dental, através da liberação de moléculas de oxigênio após a reação química do princípio ativo. Ao sair do dente, as moléculas de oxigênio livre trazem consigo os pigmentos, resultando na mudança da tonalidade do dente.

Os cremes dentais com as denominações “clareadores“, “branqueadores”, “whitening” são mais abrasivos do que os outros, atuando apenas em remoção mais profunda de placa bacteriana.

Peróxido de Hidrogênio ou Carbamida?

Depende da técnica utilizada. Para procedimentos realizados em consultório, o peróxido de hidrogênio é o indicado, já que a reação química de quebra do princípio ativo é rápida (cerca de 1 hora). Para a técnica caseira, a quebra do peróxido de carbamida ocorre em até 4 horas. Por isso a necessidade do paciente utilizar a moldeira com o produto por esse período. Não há necessidade de dormir com o produto em contato com os dentes. Após 4 horas, não há mais efeito do produto, podendo o mesmo causar irritação na mucosa oral e gástrica do paciente, caso ele o engula.

Qual técnica indicar?

Se o grau de escurecimento dentário for alto, o melhor é a associação das duas técnicas. É importante lembrar que um paciente que procura o profissional para um procedimento estético quer resultado! Ofereça o máximo de recurso possível, sendo sempre franco quanto as expectativas dele e quanto a real chance do profissional atendê-la. Lembra da história de “obrigação de meio” e “obrigação de resultado”, nas aulas de Odontologia Legal? Então. É aí que devemos orientar bem o paciente quanto ao que ele quer e imagina que vá acontecer e o que, realmente, o tratamento pode proporcionar.

Particularmente, prefiro o procedimento feito em consultório. Nele, eu estou certa da proteção dos tecidos, da aplicação pelo tempo correto do produto, se não há deglutição do material e do registro dos resultados.

Muitas vezes o paciente que opta por fazer o clareamento caseiro, ao primeiro sinal de sensibilidade, começa alternar os dias de uso do gel e, com isso, o resultado do tratamento não será eficiente (e lembre-se que, com isso, seu nome entra no jogo – “o Dr. Fulano de tal fez um clareamento em mim que não deu resultado, blábláblá“).

Com ou sem luz?

As pesquisas focam muito na não utilização de fontes luminosas para a realização do procedimento. Seja qual for o tipo de luz, o calor gerado na superfície do gel relaciona-se diretamente com a sensibilidade trans e pós operatória. Há 1 ano não faço clareamento com luz. E esclareço o paciente quanto a isso. O gel clareador age por si só, independendo da luz. No caso, o uso de led/laser, além de marketing, servem como acelerador do processo. Mas, atingindo o ponto de saturação (aquele grau onde o dente não clareia mais, apenas perde o brilho devido ao aumento da porosidade superficial) não há influência do uso ou não de luz.

Como aplicar?

Cada fabricante tem uma bula explicando o modo correto de usar o produto. Em geral, preconizam trocas de 15 em 15 minutos do gel. Mas, alguns produtos conseguem manter o pH cítrico do material por um período de 45 minutos, sem ncessidade de troca. Quem quiser o estudo realizado pela USP, envie e-mail para [email protected] que nossa Boss me avisa e eu envio o artigo para vocês!

No mais, é um procedimento seguro, fácil de realizar e muito satisfatório quando vemos a felicidade do paciente ao ver os dentes diferentes!

Invistam!

Vale a pena!
Compartilhe:

Comentários via Facebook