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Que levante a mão quem tem fascinação por anestesia, pelo “motorzinho” barulhento e consultórios odontológicos de um modo geral! Tenho certeza que poucas pessoas levantaram… Mas por que será que isso acontece? 


Como muitos já sabem, minha carreira começou no PSF da minha cidade. Lá eu tive um verdadeiro “estágio”, onde aprendi a lidar, principalmente, com a ansiedade dos pacientes. E essa tal ansiedade, medo e receio não é restrito ao atendimento infantil!

Adultos, homens e mulheres, com famílias constituídas, continuam com pavor de ir ao dentista! As reações são gritantes: as pupilas dilatam, os batimentos não sintonizam, suam frio, tremem. Enfim, um monte de sintomas que, na verdade, gritam “Eu tenho medo!”.

Quando esse medo é em paciente adulto, é importante manter um diálogo franco, orientando com palavras claras e entendíveis o que será feito. Assim, o paciente adquire confiança no profissional! Eu tenho por hábito combinar o tratamento: “Olha, hoje nós faremos isso e na semana que vem faremos aquilo, assim, assim e assim. Tudo bem?” O paciente, desse modo, já se prepara para a consulta. E eu, sabendo da situação dele, preparo o ambiente: música, brincadeiras, algum modo de descontração! Caso ache válido, entro com ansiolítico (fitoterápico ou não) para proceder ao atendimento. E, passo a passo, sem pressa, termino o tratamento. O melhor de tudo: tenho certeza que 6 meses depois ele vai voltar para avaliação!
No caso de crianças, principalmente as que nunca foram ao dentista, as principais orientações são para os pais. Os pais, na tentativa de “ajudar”, acabam atrapalhando quando dizem, por exemplo, “se você não escovar os dentes, a dentista vai arrancar tudo!”
Com crianças, o tratamento, além de combinado é curto. Sessões rápidas, exemplificando o quanto ela irá demorar (tipo: “olha, sabe o primeiro tempo do jogo de futebol do seu time? Vai demorar menos que isso…).

Geralmente, na primeira sessão, eu não faço absolutamente nada! Eu conheço a criança, pergunto sobre a família, a escola, os amiguinhos, o que gosta de fazer, etc. Depois, quando a conversa vai fluindo e eu sinto que a criança “está na minha”, começo mostrando o consultório, os materiais, os instrumentais e a explicar o motivo de eu estar ali!
Outra coisa que não faço nunca: esconder carpule, agulha, alta rotação e qualquer tipo de instrumento que irei usar na sessão! Eu apresento a seringa carpule como um foguetinho, abro uma agulha e mostro pra criança que é tão fininha quanto o fio de cabelo dela, digo que o tubete de anestésico tem uma água mágica que vai fazer o dente dormir e, se a criança quiser, entrego espelho para ela acompanhar o procedimento. Nem que seja extração!
Imagina eu, desse tamanho, virando pra esconder uma coisa qualquer da criança? É líquido e certo que ela vai levantar da cadeira e eu, perdi ali!
Mais um fator que faço questão de ressaltar durante o atendimento infantil: os pais/responsáveis ficam na sala de espera. A criança entra sozinha! Os pais entram para a anamnese e esclarecimentos iniciais. Mas, nas consultas subsequentes, os baixinhos entram sozinhos! E vão adquirindo confiança! Não prometo brinde, nem prêmio no final do tratamento! Apenas reforços positivos durante as sessões, parabenizando pelo bom comportamento e colaboração! Ao fim de tudo, um diploma de dentes saudáveis, indicando a data do retorno!

Adultos com medo de dentista foram crianças que adquiriram um medo que, na verdade, não era delas (lógico que há excessões).
Conversas francas, clareza e carinho garantem o retorno do paciente e indicações!

Quer saber mais sobre o assunto? Nossa Diva Ana Tokus explica, tudinho, no Medo de Dentista (que hoje faz 1 ano… parabéns!).
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