Sua satisfação ou seu dinheiro de volta!

Mais um fato! Acabou de acontecer no consultório.

Paciente deu início a tratamento clínico comigo para posterior instalação de aparelho ortodôntico. Fiz a avaliação clínica, previsão de honorários, combinamos forma de pagamento e ele marcou o início. Sua primeira consulta foi na semana passada e, como de constume, iniciei pela profilaxia, aplicação tópica de flúor e orientações de higiente. Na próxima sessão, demos início ao tratamento restaurador.

Após remoção de cárie no elemento 16, de profundidade média, sem necessidade de proteção do CDP, realizei a restauração. Quarta-feira à tarde.

O paciente chegou aqui, há pouco, dizendo ter sentido muita dor no dente após o término do efeito da anestesia. Dirigiu-se ao Hospital de Emergência da cidade e o Colega de plantão o orientou sobre as possíveis causas da sensibilidade. Não tirou radiografia e questionou o paciente sobre querer remover a restauração ou não. O paciente optou por removê-la.

No dia seguinte, o próprio paciente (sem ter me procurado) dirigiu-se a uma clínica radiológica e “pediu um RX do elemento”. Não posso, ainda, dar certeza se houve pedido por parte de um terceiro colega ou se o paciente, simplesmente, chegou pedindo pelo serviço. Se foi assim, “a Deus dará”, já acho errada a conduta da clínica radiológica (que levou em consideração o questionamento de um leigo). Enfim, esse poderá ser tema de discussões posteriores.

Ao chegar aqui, o paciente me contou a história toda e, de imediato, perguntei: _ Por que você não me procurou na quinta feira e na sexta? Ele alegou que ligou na sexta e que eu estava em outra clínica (que é na mesma cidade e próxima até do local onde ele mora), mas não pediu o telefone do consultório onde estava.

O pai dele, que vai arcar com o valor do tratamento, não quer que ele trate mais comigo. Até aí, não posso interferir. É decisão do paciente.

Mas a questão é: eu dou garantia de todos os procedimentos que faço. Logicamente, não posso garantir pela vida inteira, uma vez que nenhum material restaurador substitui a estrutura dental hígida e que os materiais, ainda, por mais avanços tecnológicos que possuam, ainda apresentam falhas.

Se ele tivesse me procurado, informando a sintomatologia, além de radiografá-lo antes de remover a restauração, me responsabilizaria pela confecção de nova restauração ou qualquer outro procedimento clínico necessário. Afinal de contas, o paciente está sob minha responsabilidade  e eu, melhor que ninguém, sei as condições em que o elemento estava, materiais utilizados, etc.

Esclareci sobre os casos de sensibilidade após restaurações com resinas compostas e, principalmente, sobre a garantia de serviços prestados, que consta em uma das cláusulas do Contrato de Prestação de Serviços Odontológicos, que todos os meus pacientes assinam e que anexo às fichas clínicas.

Como a radiogradia foi tirada após a remoção da restauração, não posso me responsabilizar pelo atendimento e conduta adotada pelo colega do Hospital de Emergência.

Agora, quem arca com o ônus? E se o paciente precisar realizar tratamento endodôntico seguido de reabilitação protética? Quem garante que o que o paciente diz é verdade?

Mais ou menos como comprar um carro zero e, ao menor barulho, levá-lo no mecânico da esquina – perdeu-se a garantia de fábrica.

Pedi que ele retornasse aqui na clínica com a radiografia e laudo técnico, para pensarmos em uma solução após análise do exame.

Por essas e outras que se faz necessário uma documentação completa do paciente, com termos assinados, cópia de documentos, prontuários bem preenchidos e, principalmente, relato de todos os esclarecimentos feitos ao paciente, por escrito, seguidos da assinatura do mesmo.

Não sei o desfecho da história.

Aguardo, assim como vocês, cenas dos próximos capítulos!

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