Paciente compareceu ao consultório solicitando cancelamento do tratamento… Como explicado no post “Garantia de Procedimento Clínico“.
Conforme solicitado, o paciente retornou para avaliação radiográfica! Já é um grande passo, já que os pacientes dificilmente fazem isso para contestações de um modo geral.
A história mudou um pouco…
O paciente veio acompanhado do pai e disse que procurou o atendimento odontológico oferecido pelo Hospital de Emergência do município porque o rosto dele inchou! Por sorte, o mesmo trouxe a receita do médico que o atendeu. Prescrição de antiinflamatório. Sem olhar a radiografia, já alertei: “_ Bom, se vc estava com o rosto inchado, algum antibiótico deveria ser administrado e um acesso feito seguido de encaminhamento ao Endodontista”.
O paciente titubeou e o pai dele alegou que não tinha meus telefones de contato.
Realmente, ele não tinha meu celular, pois eu sempre saio do consultório depois das 20h. E eu não dou celular para paciente, a não ser que o procedimento realizado realmente tenha sido muito invasivo e o paciente apresente qualquer tipo de problema de saúde que justifique um contato imediato comigo. Em cartões de apresentações antigos, eu colocava o número do meu celular e os pacientes confundiam emergência com agendamento de consulta. Pronto. Mudei de número e não forneço mais e não autorizo minhas funcionárias a informarem o número. Enfim…
O paciente não me procurou na sexta e a radiografia não foi solicitada por ele em uma clínica radiológica, como ele havia dito. Ele foi a outro profissional (um terceiro), que fez o exame e já agendou as consultas para continuar o tratamento.
Após avaliação do Rx, levei o paciente e o pai para verem o exame comigo. Expliquei toda a imagem, o que é dentina, o que é esmalte, o que é o famoso “canal”. Expliquei, ou melhor, reexpliquei sobre as possíveis causas da sensibilidade e disse que, se o rosto dele realmente tivesse inchado, o acesso teria sido realizado no Hospital. Notem a radiografia.
Nota-se que os cornos pulpares são evidentes mas que há uma quantidade considerável de dentina remanescente, o que não caracteriza um comprometimento endodôntico.
Sinceramente, procuro sempre me colocar no lugar dos pacientes, e sem possibilidade de entrar em contato com o profissional, com certeza procuraria outro serviço. Acho que quando fizemos opção por odontologia, deveríamos ter em mente que teríamos algumas responsabilidades com nossos pacientes! Assim como outros profissionais (ex. Pediatras, obstetras, ) devemos possibilitar o contato com nossos pacientes 24h! Se não fazes isso, nada mais natural que o paciente procure outro profissional, que de forma alguma está “aliciando” o paciente que foi simplismente buscar a solução de seu problema. Embora minha conduta num caso como este seria prover o alívio da dor e orientar o retorno ao profissional que está realizando o tratamento.
Bom, eu faria uma nova periapical, não dá pra ver o àpice da raiz palatina e parece que pode haver uma lesão ali, mesmo pq se houve um edema, como o paciente relatou, já sugere lesão endodôntica. Sinceramente, se eu tivesse sido procurada por um paciente com dor, com certeza perguntaria o pq dele não retornar ao dentista q o acompanha e até iria sugerir isso, mas não deixaria de atendê-lo se essa fosse sua vontade e tbém por estar diante de uma urgência. Portanto, não acho correto falar em “aliciamento”, uma vez q não sabemos exatamente o q aconteceu nessas consultas. Acho q minha conduta seria fazer uma anamnese voltada para o histórico desse dente, radiografar realizar testes térmicos, palpação, percussão e então decidir qual caminho seguir. É isso!!!