Trabalhamos arduamente pra construir uma boa imagem profissional.

Sendo bons, solícitos e “camaradas”, conquistamos nossos pacientes/clientes e, com isso, vem o tão esperado e suado reconhecimento, as indicações de mais pacientes, uma melhora na condição financeira e, por fim, a satisfação pessoal.

Mas e quando a corda arrebenta? Quando, infelizmente, você precisa ser clara com um paciente e dizer “NÃO ATENDO MAIS VOCÊ“?

Aconteceu comigo (como sempre)

Ontem atendi uma paciente que não estava marcada. Ela é atendida por mim em outra clínica e precisou desse encaixe por um problema que deu em uma restauração que eu havia feito.

Ela aguardou um pouco e foi chamada. Com cortesia e simpatia, atendi. Ao remover a restauração, houve um sangramento gengival, o que impediu de refazer a resina. Coloquei um curativo e esclareci o motivo de não ter feito a obturação.

Eu e uma outra colega sairemos de licença na memsa época e essa paciente trata com as duas. Comigo, faz a parte clínica. Cou a outra colega, as próteses.

_ Como eu fico se você e a outra doutoura vão sair de licença? Se meu dente doer? Vou ficar sem comer?

_ Não. Se seu dente doer, você pode procurar outro profissional pra fazer o atendimento de emergência e, quando voltarmos, daremos continuidade.

_ Não sei se foi eu quem não deu certo com você ou se você quem não deu certo comigo, mas tudo que foi feito deu errado.

_ Há quanto tempo esse dente está doendo? Pelo que seu marido comentou comigo, há 3 semanas, no mínimo. Por que não me procurou antes?

_ Não procurei porque não doía toda hora. E eu não sabia que você ia operar.

_ Não sou obrigada a dar satisfação da minha vida para paciente algum, com você não é diferente.

O assunto se estendeu, eu me propus a encaixá-la na agenda de hoje e, por fim, ela foi embora.

Eu me senti muito mal, fiquei p*** da vida.

Hoje de manhã ela apareceu. Não a cumprimentei.

Pedi que ela entrasse e se sentasse. Fiz todo o procedimento que teria que ser feito em silêncio. Ela também…

Quando levantei a cadeira pra ela sair, não aguentei:

_ Eu perciso esclarecer umas coisas pra você. Em primeiro lugar, o que você chama de boa vontade eu chamo de compromisso. Eu estudei pra isso. Você e todos os outros pacientes são tratados com respeito dentro dos meus consultórios e eu não diferencio vocês. Ontem, achei você extremamente grosseira e eu, sinto muito ao dizer isso, mas não quero esse tipo de paciente na minha clínica. Hoje foi a última vez que eu te atendi. Não existe mais uma relação profissional/paciente saudável que justifique nosso contato.

Ela quis falar e eu não deixei. Abri a porta do consultório e ela, mesmo assim, se recusou a sair e disse que só iria embora depois de dizer o que ela pensava também.

Como havia uma paciente me esperando, chamei. Só com a presença do outro paciente, já na cadeira, que ela foi embora (me xingando, claro).

Ficou sentada na moto dela, em frente a clínica, falando ao celular, até eu sair. Parecia que estava me esperando. Confesso que fiquei com medo dela fazer alguma coisa: bater boca, me agredir ou arranhar meu carro. Vai saber?

Mas eu não poderia ficar quieta depois do desrespeito comigo. Isso eu não admito.

Pra tudo, há limites.

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