>
Já falei anteriormente aqui como atender pacientes hipertensos. Muitos sabem que pacientes hipertensos também são pacientes diabéticos, e que devemos ter uma abordagem diferencial com eles.
No SUS temos um programa chamado HIPERDIA justamente para atender os pacientes desse carro. O HIPERDIA é um Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos captados no Plano Nacional de Reorganização da Atenção à hipertensão arterial e ao Diabetes Mellitus, em todas as unidades ambulatoriais do Sistema Único de Saúde, gerando informações para os gerentes locais, gestores das secretarias municipais, estaduais e Ministério da Saúde.
Vamos começar falando sobre o Diabetes? Então…
Diabetes mellitus é uma doença metabólica caracterizada por um aumento anormal do açúcar ou glicose no sangue. A glicose é a principal fonte de energia do organismo porém quando em excesso, pode trazer várias complicações à saúde.
Existem 2 tipos de diabetes:
* Diabetes Mellitus tipo 1 surge quando o organismo deixa de produzir insulina (ou produz apenas uma quantidade muito pequena.)
* Diabetes Mellitus tipo 2 que é cerca de 8 a 10 vezes mais comum que o tipo 1 e pode responder ao tratamento com dieta e exercício físico. Outras vezes vai necessitar de medicamentos orais e, por fim, a combinação destes com a insulina.
Existe ainda o Diabetes Gestacional. Na gravidez, duas situações envolvendo o diabetes podem acontecer: a mulher que já tinha diabetes e engravida e o diabetes gestacional. O diabetes gestacional é a alteração das taxas de açúcar no sangue que aparece ou é detectada pela primeira vez na gravidez. Pode persistir ou desaparecer depois do parto.
Mas vamos logo ao que nos interessa: Diabetes e Odontologia!
Na cavidade oral, pode se manifestar com alterações nas glândulas salivares, epitélio gengival e fibras do ligamento gengival, no tecido ósseo, no fluído sulcular e também no periodonto, esse último mais frequentemente atingido.
Na maioria dos casos, os pacientes apresentam xerostomia, dor ou sensibilidade dolorosa na língua e distúrbios de gustação.Com menos frequência, surge tumefação da glândula parótida, abcessos recorrentes, hipoplasias, hipocalcificação dentária. Também é comum modificação da flora oral, havendo uma predominância de Candida albicans, estreptococos hemolíticos, com tendência à candidíase oral e queilite angular, mas a prevalência é de doença periodontal.
No atendimento odontológico a esses pacientes, três fases distintas devem ser inseridas no planejamento: fase pré-operatória, operatória e pós-operatória.
Primeiramente, é necessário solicitar ao médico do paciente um parecer do seu estado geral, e depois, durante a anamnese, fazer perguntas específicas sobre o estado clínico do diabetes, tais como duração da doença, medicamentos atuais, reações adversas, história de complicações diabéticas, etc.
Existindo presença de processo infeccioso com controle metabólico pobre e rico de infecção secundária, deverá ser feita a antibioticoterapia. Durante a anestesia, o uso de soluções anestésicas contendo adrenalina como vasoconstritor não é recomendado (há quebra de glicogênio em glicose, podendo determinar hipoglicemia). Podem ser usados anestésicos sintéticos (prilocaína com felipressina) ou alguns anestésicos locais sem vasocontritores (mepivacaína sem vaso).
Antes de cada consulta alguns cuidados devem ser tomados sempre:
– Aferir a pressão arterial e questioná-lo quanto a glicemia. Os valores deverão ser transcritos para o prontuário odontológico do paciente;
– Tratamento deve ser realizado sem trauma e sob controle, lembrando que o anestésico mais indicado é o com felipressina;
– Procurar fazer consultas curtas no meio da manhã;
– Caso a consulta prolongar pelo tempo de uma refeição normal, interromper o trabalho para uma ligeira refeição (um copo de suco por exemplo).
É necessário realizar uma avaliação imediata das condições sistêmicas do paciente. Cuidado especial à possível presença de infecções secundárias e sangramentos.
Nos padrões normais de saúde, a glicemia venosa total de uma pessoa é de 70mg a 110mg%. Aos se diagnosticar valores menores que o normal, acompanhado de sinais e sintomas como sudorese, palidez, taquicardia, nervosismo, sonolência, apatia, crise de ausência, deverá ser administrada a solução contendo glicose imediatamente (suco de laranja ou Coca-Cola), com o objetivo de reverter o quadro de hipoglicemia. Se o paciente perder a consciência, o serviço medico deverá ser contatado.
As crises de hiperglicemia geralmente acontecem quando há glicose no sangue e eleva-se acima de 200mg%. Geralmente limita-se aos pacientes insulino-dependentes e ocorre mais lentamente que a hipoglicemia. Os sinais e sintomas são: poliúria, polidipsia e polifagia.
O tratamento deve ser norteado por algumas situações clínicas:
Pacientes compensados: tratamento padrão com os devidos cuidados.
Pacientes compensados, mas com história anterior de alguma complicação: tratamento padrão, considerando a hospitalização para atos cirúrgicos, moderados oun extensos.
Pacientes não compendados: o tratamento até condições gerais estarem estabilizadas. Em caso de urgencia, administrar analgésico e antibiótico após drenagem.
Embora ainda não haja uma cura definitiva para a/o diabetes (a palavra tanto pode ser feminina como masculina), há vários tratamentos disponíveis que, quando seguidos de forma regular, proporcionam saúde e qualidade de vida para o paciente portador.
Atualmente, a Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 240 milhões de pessoas sejam diabéticas em todo o mundo, o que significa que 6% da população tem diabetes.
Segundo uma projeção internacional, a população de doentes diabéticos a nível mundial vai aumentar até 2025 em mais de 50%, para 380 milhões de pessoas a sofrerem desta doença crônica.
Pessoal, tá imenso o texto, mas vale a pena 😉
Um abraço, e #goDIVAS! GO!
PS: Quem quiser saber um pouco mais, as fontes usadas como referência para a criação desse post encontram-se aqui, aqui e aqui.
>Diabetes juvenil é dependente de insulina desde o diagnostico, se ela existe é porque o pancreas parou de produzir e se não tomar insulina a glicose fica sempre acima do normal o que leva a varios problemas, e quanto a sua amiga pela idade e ter ficado diabetica em criança é uma vitoriosa, Ela sobreviveu uma epoca em que a maioria das crianças morriam sem serem diagnosticada, apesar dela não cuidar do sorriso, isso pode não ter nada haver com o diabetes, muita gente não gosta de dentista prefere uma bela dentadura.
Se ela enxergar perfeitamente, ter os rins funcionando e ter os membros inferiores completos, aplausos a ela. sabia que a sociedade brasileira de diabetes da um premio a quem fica mais de 25 convivendo com o diabetes e não tem sequelas?
>A quebra de glicogênio em glicose gera quadro de hipo ou hiperglicemia? Entendi certo?
Pena é que os pacientes negligenciam. Trato de uma querida amiga de infância que teve diabetes juvenil e hoje é dependente de insulina. Há anos que eu extraio seus dentes e tento recuperar o sorriso na base do incêndio. Parece que ela nem liga.
Recentemente fui até grossa e disse que na proxima visita iria moldar pra fazer uma bea dentadura caracterizada. Penda que ela ligou?
Bom, pra quem negligencia até os horários da refeição.
Pena, sinto que a verei sofrer muito aonda pela doença. Hj ela tem 46 anos.