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As alterações de cor da estrutura dental são uma das maiores queixas dos pacientes que comparecem ao meu consultório. Como vocês já sabem, minha “praia” aqui é estética, portanto, os pacientes que são encaminhados sabem, exatamente, o que procurar aqui! Mas, o que causa alteração de cor?
Manchamentos intrínsecos ou extrínsecos, não importa. É isso que traz o paciente pro consultório a procura do tratamento estético. Independente do tipo de mancha, é importante saber o diagnóstico dela para, depois, propor um tratamento clínico, sejam alterações causadas por fatores genéticos, por uso de medicamentos, por hábitos ou, até mesmo, tudo isso junto.
Pigmentação extrínseca relaciona-se aos pigmentos aderidos à estrutura dental, oriundos da dieta do paciente, tabagismo. Uso excessivo de corantes em geral, como café, coca-cola, vinho, etc, causam uma precipitação da cor no elemento dentário e, tal condição, agrava-se com o uso, por exemplo, de aparelho ortodôntico (onde, por razões óbvias, a remoção de placa fica dificultada). Para esses casos, profilaxia com pedra pomes e taça de borracha é o suficiente e o clareamento dental fica restrito à vontade do paciente, não se tornando uma indicação.
Para o manchamento intrínseco, ou seja, aquele localizado no interior da estrutura dental, outros tratamentos são propostos. A pigmentação intrínseca pode ser classificada como congênita ou adquirida, sendo que, normalmente, se relacionam a alterações durante a formação dental: fluorose, dentinogênese imperfeita e hipoplasia de esmalte). Doenças sistêmicas podem interferir na alteração dental, como a eritroblastose fetal e icterícea grave. Pode-se, também, citar como fator causador de manchas intrínsecas, a administração do antibiótico tetraciclina durante a formação dos dentes. Essas causas são pré-eruptivas, ou seja, relacionam-se ao período de formação da estrutura, antes que o elemento esteja presente na cavidade oral.
Após a erupção dental, os manchamentos intrínsecos podem ocorrer devido à traumas, associados ou não à necrose dental. É muito comum, após a anamnese e verificação de alteração de cor, questionarmos se o paciente tem tratamento endodôntico no elemento X ou, em caso de negativa, se ele sofreu algum tipo de “pancada” naquele dente. Outra causa, pode-se dizer sobre o uso de determinados materiais dentários para tratamento endodôntico e alguns problemas de técnica durante a execução do procedimento clínico. Mais um fator a constar como causador de manchamento é o próprio envelhecimento dental.
Após diagnóstico feito, devemos optar pelo melhor tratamento clínico para o caso:
- Fluorose: microabrasão associada ou não à clareamento dental externo
- Hipoplasia de Esmalte: clareamento dental e, em grau acentuado, tratamento restaurador.
- Dentinogênese Imperfeita: tratamento restaurador
- Doenças sistêmicas: clareamento dental ou tratamento restaurador
- Manchas por tetraciclina: dependendo do grau do manchamento, os tipo I e II podem ser resolvidos com clareamento e os tipos III e IV com tratamento restaurador.
- Traumatismos: clareamento dental ou tratamento restaurador
- Envelhecimento dental: clareamento
Sempre lembrando dos devidos esclarecimentos feitos ao paciente quanto suas expectativas e um prontuário bem preenchido para evitar problemas futuros. Lembre-se das obrigações de meio vs. obrigações de resultado!
Olá, tenho 26 anos e vou iniciar um tratamento de pele com tetraciclina, porém pretendo daqui uns dias efetuar um clareamento dental.
Os dois tratamentos vão conflitar, será que posso ter meus dentes manchados por ingerir tetraciclina durante o clareamento?
Se puder me responder isso, pois estou preocupada. Obrigada.
Não Rosi, a tetraciclina só provoca manchamento dentário quando é usada na época de calcificação dos dentes. Como você já é adulta e passou faz tempo dessa fase, ok.
>Adorei principalmente esse resuminho diagnóstico e tratamento..valeu a dica!