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Fonte: Imagem
Quem de vocês já passou por uma situação dessa: o paciente (ou cliente caso você ache melhor assim) se senta na cadeira odontológica e começa a falar, falar, falar e não te deixa começar nenhum procedimento, e quando nos damos conta lá se foram uns 40 minutos, ou mais, não dá mais tempo de iniciar nada.
Pois bem eu já passei algumas vezes por isso.
Uma vez me ocorreu uma situação inusitada, fiz um planejamento em uma senhora, mãe de uma paciente. Ela aprovou o orçamento, pagou tudo na hora e à vista (eba), marcamos para dar início. Logo na primeira consulta ela se sentou, começou a chorar, disse que tinha medo de dentista, começou a me contar os motivos dos traumas dela de infância e aí não parou mais de falar. O assunto foi mudando e ela foi se abrindo, chorando mais ainda, desabafando o momento ruim que estava passando na vida. Deixei que falasse, dei algumas opiniões, ela foi parando de chorar e quando vimos o tempo da consulta já tinha acabado. Marcamos outro horário e ela foi embora agradecida pela atenção.
E se foram quatro consultas do mesmo jeito, nem todas com choro, mas todas sem atendimento, só conversa. Até que um dia, mais precisamente dia 27 de agosto, não me lembro o ano, recebo um buquê de flores, lindas e um cartão, que dizia mais ou menos o seguinte:

Dra. Marianina,

Parabéns pelo dia de hoje, Dia da Psicóloga.
Você foi a melhor que eu tive,
obrigada por tudo.
Um beijo.
Liguei para agradecer e ela me pediu pra desmarcar a próxima consulta, disse que iria procurar um outro dentista para ela, pois comigo ela só iria querer desabafar sempre. Entendi e também achei melhor assim, quis devolver o valor que me foi pago, ela não aceitou, falou que foi muito bem investido.
Pouco depois ela se mudou da cidade, nunca mais tive notícias, espero que esteja bem.
Então é assim: às vezes somos dentistas, às vezes somos amigas, às vezes somos psicólogas, mas sempre somos Divas. E eu gosto disso.
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