Hoje vou contar sobre uma das minhas pequenas, a Juliana*. Juliana é minha paciente na ESF que trabalho, é uma menina de 4 anos, mudou-se há pouco com afamília de Florianópolis a Passo Fundo. Possuia apenas 3 cáries, e a mãe dela,preocuopada, trouxe-a assim que as notou. Ela não é a menina da foto, essa é outra das minhas pequenas que adooooro atender! Com o balãozinho de cachorrinho, minha marca registrada!

Na primeira consulta, a mãe da Juliana estava sendo atendidapela enfermeira quando a chamei; a menina, tímida e com medo, preferiuesperar pela mãe. Logo no começo percebi que ela gostava muito de conversar: iaexplicando pra ela passo a passo os procedimentos, e prometi um brinde a ela nofim do atendimento caso cooperasse comigo. Me deixou inclusive usar a baixa rotação!
No dia seguinte, atendi a Juliana e a mãe dela também tinhaagendado consulta. A mãe da menina, 22 anos, tinha apenas um dente cariado enecessitava uma raspagem. Realizei a profilaxia na mãe dela enquanto elame enchia de perguntas sobre o material que eu estava usando – nesse caso,cureta e a escovinha de Robson. Combinamos a próxima manhã para o último atendimento das duas.
No terceiro dia, fiz a última restauração na minha pequena.Esse dia estava frio, e ela trouxe uma boneca pelada. Logo brinquei com elasobre o frio da boneca e ela me disse: “Depois vamos atender a Matemática né?” Eu nem entendi direito, mas concordei.
Comecei então a restaurar o dente da mãe. Era um 46, comlesão de cárie oclusal pouco profunda. Juliana muito curiosa, ficou na pontinhados pés porque queria ver eu fazendo. Entreguei a ela uma máscara e fuiexplicando o que estava fazendo:
“Primeiro a gente usa o chuveirinho como eu usei em ti, aí agente abre o buraquinho pra usar o tratorzinho. Agora, a gente usa otratorzinho pra tirar os bichinhos em farelo, tá vendo?”
“Aham, que buracão no dente da mãe!”
“Agora, a gente coloca esse gelzinho azul e deixa ele limparo dente pra depois a gente lavar. Aí a gente lava, seca e depois coloca a colinha.”
“Colinha? Pra que colinha? No meu dente não foi cola!”
“No teu dente não foi cola porque é dente de criança, e em dente de criança a gente usa outro tipo de massinha. Aí a gente seca a cola comessa luzinha azul, quer me ajudar?”
“Uau!! Quero sim!! Que que eu faço?”
“Tu vai segurar e me alcançar a arminha da luz azul, ok?Pega ali pra mim por favor. (O foto fica numa mesinha auxiliar, do lado dela. Elaachou um máximo poder ajudar a dentista) Agora, a gente vai colocando amassinha branca aos poucos e secando com a luzinha, até completar o dente todo.(conforme fui fazendo a restauração ela foi me alcançando o foto, até o finalda mesma). Viu que lindo ficou o dente da mãe? Sem bichinho e bem branquinho!”
“Bem lindo o dente da mãe! Tem que escovar mais viu mãe, senão o bichinho come toooodo teu dente. Dentista, agora eu já sei fazer!” Ela me chama de “dentista”, acho fofinho e tive que rir!
“Que bom que tu já sabe fazer! Pode brincar em casa!”
“Agora a Matemática.”
“Que Matemática?”
“A minha boneca!!! Ela tá com dente sujo!”
Deitamos a Matemática na cadeira e dei o espelhinho pra Dra.Juliana atender sua filha. Ela fez exatamente como me via fazendo, dizendo quetinha que limpar o dente que tava sujo.
“Tem que escovar melhor os dentes Matemática! O bicho dacárie vai comer tudo!”
Aí preparei a baixa rotação com uma escovinha e entregueipra ela brincar de faz de conta.
“Vamos limpar. VUUUUUUUUU!!! (ela imitava com a boca obarulho do ‘tratorzinho’, eu não ensinei ela a pisar né!) Agora tá limpinhoMatemática! Você merece um brinde da dentista!”
E dessa vez ela ganhou dois balões de cachorrinho 🙂 Mal posso esperar minha pequena voltar pra revisão em 4 meses! Todo mundo da ESF ia até meu consultório pra ver que tanta falação tinha durante o atendimento. hehehe!
#goDIVA! GO!
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