Aliciamento de paciente. Situação delicada e, antes de tudo, anti ética.
Um paciente agenda uma avaliação. Você o atende, passa o valor do investimento e o paciente remarca as consultas. O tratamento é iniciado e, por algum motivo, você precisa se afastar por um período de tempo grande (uma licença maternidade, por exemplo). Quando você volta a trabalhar, percebe que aquele paciente que era seu está sendo atendido por um outro colega, que não “devolve” o paciente pra você para a finalização ou continuidade do caso clínico.
Ou, você faz a avaliação clínica do paciente, orça os honorários e quem inicia o tratamento é outro profissional.
Se o paciente é de convênio, você inicia o tratamento e, depois de algum tempo percebe que o paciente está sendo atendido por outro colega.
O paciente é de quem?
Eu, por exemplo, não gosto de atender um paciente de outro colega sem o conhecimento dele e sem esclarecer o paciente o motivo pelo qual eu não vou atendê-lo. Sei que a escolha do paciente importa: se ele não quer mais tratar com fulano, se ele não quer mais tratar comigo, enfim. Ele tem direito de optar pelo profissional que vai prestar o serviço. Mas, mesmo assim, continuo achando uma situação delicada e, muitas vezes, já deixei de atender pra não criar um climão nos locais onde trabalhei.
Eu brinco, obviamente, dizendo que os dentistas de algumas especialidades não tem pacientes “dele”. O cirurgião buco maxilo, o endodontista, por exemplo. Lógico que quando eles somente realizam os procedimentos da especialidade. É muito difícil ver um buco fazer uma raspagem, ou um endo fazer um clareamento. Acredito que a própria escolha da especialidade seja por afinidade com o assunto, logo por que não trabalhar somente com isso? Mas, de um modo geral, são profissionais que tem pacientes indicados por outros profissionais para a execução de uma determinada tarefa.
Aliciar pacientes é, a grosso modo, trazer para o seu consultório, um paciente que não é seu, seja oferecendo desconto, seja dando aquela “queimada de filme” no outro colega, seja anunciando trabalho gratuito, constituindo infração ética.
Mas aí voltamos a pergunta lá de cima: “De quem é o paciente?”
Como agir num momento delicado? Como preservar a relação de coleguismo caso isso ocorra? Quais os limites entre aliciamento e favor?
Eu não sei dizer. Você sabe?
[…] de contas, o paciente é de quem? –> OdontoDivas Destaque: Dentista Poser, no Dentista […]
Como paciente, digo que já fiz avaliação completa com um ortodontista (pagando pela avaliação), além de seguir o laboratório indicado por ele na hora de fazer as radiografias e afins. Porém, quando recebi o orçamento e proposta de tratamento, não gostei. Procurei outro profissional levando toda a documentação do anterior. Não me arrependo pela troca (e desconfio muito que o orto anterior iria me enrolar; ele propôs coisas mirabolantes e ventilou até a possibilidade de me submeter a uma cirurgia ortognática (com um especialista da equipe do consultório dele, claro). Meu tratamento atual está evoluindo de forma incrível e estou supersatisfeita, mesmo ainda estando na metade do mesmo, pois meus dentes já mudaram muito – para melhor! E não, não preciso de cirurgia ortognática.
Aconteceu algumas vezes comigo com o dentista que trabalhava comigo no consultório. Eu mandava pra fazer uma endo e o paciente não voltava. Ou ele atendeu um paciente meu numa urgência e este passou a se tratar com ele porque era “mais barato”. Já aconteceu até de uma paciente simplesmente deixar de se tratar comigo do nada e começar com ele porque ele era mais barato. Mas uma pulga que não quis sair de trás da minha orelha: como o paciente ficou sabendo que ele era mais barato do que eu, dentro do meu consultório? Hoje o consultório voltou a ser todo meu.
Eu como presto serviço de endo há muito tempo, já passe por saia justa algumas vezes. O paciente pede pra vc fazer o restante (restauração) já que já estou aqui. explico a razão de não fazê-lo e pronto. O pior é quando o paciente reclama do indicador, com ou sem razão, e te põe contra a parede. Eu sempre mantenho a postura.
Já aconteceu de um paciente tratado por indicação, passados algum tempo, às vezes anos, ele liga direto no cons e pede horário, pq ele acha que precisa de canal. Eu não atendo. Mando ligar pro colega indicador. Já ouvi, por ex: Mas eu não trato mais com ele há muito tempo. A sra. não faz tudo. Me mantenho firme. E me orgulho disso.
Nesses anos todos, por algum motivo que justificasse, resolvi aceitar o cliente, mas não sem antes falar com o indicador.
Felizmente costumo ter o mesmo tratamento dos que indico.
Se su fosse substituir alguém por determinado tempo, deixaria bem claro que no retorno do colega, repasso a bola.
Mas isso não é nenhuma virtude extra, é apenas decência profissional.
Ju, eu parei de enviar paciente para um orto “amigo” pois percebi que ele apos acabar a orto fazia clareamento, raspagens, implantes em pacientes indicados a ele por mim…isso acho extremamente errado, não teria coragem nunca de fazer isso com um colega.
É uma situação tão chata! Tem paciente pra todo mundo!