Foi há 1 ano que tudo começou.

Numa segunda feira bem diferente da de hoje, acordei cedinho e peguei a estrada num dia de sol maravilhoso. Eu tinha certeza que o dia do meu renascimento seria perfeito. Foi preciso eu chegar ao fundo do poço pra renascer. E hoje estou aqui, 365 dias depois, com 50 quilos a menos e, por isso, já posso mudar o nome dessa “coluna” para “Diário de uma EX-gorDIVA”.

Eu saí da obesidade. Estou no sobrepeso, mas muita coisa influencia nessa caracterização. Levando em conta o IMC (Índice de Massa Corporal), ainda preciso emagrecer uns 10 kg. Mas, avaliando a porcentagem de gordura e de massa magra, falta muito menos que isso para eu ser uma pessoa normal. Comecei com 136 kg e hoje estou com 86 kg!

eu magra

Esse ano foi um dos mais difíceis. Todos acompanham minha mudança alimentar (e olha que eu não sigo minha dieta como deveria, dou minhas jacadas – como dizemos na academia), criei uma rotina de exercícios físicos e atingi o objetivo que a gastroplastia propõe: perder cerca de 35% do excesso de peso inicial. O restante é fruto da conscientização e força de vontade.

Já falei em outras postagens que a cirurgia, por si só, não faz milagres. Conheço pessoas que operaram e que hoje estão maiores do que quando se submeteram ao procedimento. Conheço pessoas que morreram durante o procedimento e conheço pessoas que venceram.

O pensamento gordo continua. A vontade de comer aquela coisa gostosa que não sabemos o que é, continua. Procurar uma barra de chocolate pra aliviar aquele momento de tristeza, continua. O vício “comida” se faz presente. A sorte é que não conseguimos comer muito. Dói o estômago, passamos mal, vomitamos, temos tontura, sono e suamos muito quando exageramos na dose. E, com isso, vamos aprendendo os nossos novos limites.

A visão do nosso corpo demora pra se acostumar com a nova realidade. Eu, por exemplo, só consigo ver que emagreci quando vejo que a numeração na etiqueta diminuiu, quando comparo fotos antigas (que são poucas, porque eu sempre tive vergonha do meu corpo) com fotos atuais e, principalmente, quando as pessoas não me reconhecem na rua ou pacientes da clínica que perguntam para as outras colegas “É aquela doutora gordona que atende no primeiro consultório?”. Eu dou risada! Fico feliz quando isso acontece!

Mas, por outro lado, estou com anemia, meus cabelos continuam caindo, as unhas não crescem… Prós e contras do procedimento. Nem tudo é um mar de rosas!

O mundo não é para pessoas gordas. As roletas dos ônibus, as cadeiras de plástico nos barzinhos, os saltos altos da moda, as roupas de um modo geral. Infelizmente, vivemos numa época em que a ditadura da beleza massacra o ser humano, discrimina e exclui. As modelos estão cada vez mais magras e as ditas “plus size” são as antigas modelos normais.

Hoje, vejo que muita coisa é desnecessária. Quando vou ao restaurante, reparo no modo como as pessoas comem. Acho que todo mundo come muito e muito rápido. Acho um absurdo esse esquema de refil de refrigerantes e percebo como eu comia mal: excesso de gordura, de sódio, falta de frutas, verduras e legumes.

Eu ainda não acho que a gastroplastia seja indicada para todo paciente que quer emagrecer. Eu ainda acredito que a combinação de bons hábitos alimentares e uma rotina anti sedentarismo constituem a base da mudança de vida.

caminhada

Mas para quem, como eu, precisava emagrecer muitos quilos, eu indico. O procedimento melhorou muito, as técnicas avançaram e o sucesso é muito maior do que há anos.

O que vejo muito são pessoas que engordam para se adequarem aos requisitos básicos para a cirurgia e, também, profissionais que burlam as regras para a realização do procedimento.

Eu digo que, ainda, preciso melhorar.

Mas chegar até aqui, pra mim, já é uma vitória e tanto. E eu agradeço a cada um de vocês que curtem, que vibram, que se incentivam com as minhas postagens e me apoiam nessa nova fase da minha vida.

Um beijo no coração de todos!

😀

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