Conceitualmente, a DTM pode ser definida como “um conjunto de manifestações clínicas de má função mandibular, associadas ou não à dor, que são geradas por agentes agressores à integridade morfológica ou funcional do Sistema Temporomandibular”.
As DTMs podem ser definidas como um conjunto de condições dolorosas e/ou funcionais, que envolvem os músculos da mastigação e/ou as articulações temporomandibulares. Elas constituem um termo genérico de sinais clínicos e sintomas, envolvendo músculos mastigadores, a ATM e estruturas associadas.
Apresentam etilologia multifatorial e usualmente envolvem uma abordagem interdisciplinar para o seu tratamento. Os fatores mais comuns relacionados às DTMs são: estresse, ansiedade, hábitos parafuncionais, desarmonias oclusais, traumas e micro-traumas, instabilidade mandibular, desequilíbrios posturais e condições físicas anormais.
Na minha monografia da DTM, eu gostaria de ter falado sobre a correlação entre DTM e postura corporal, mas eu tive uma descoberta que mudou tudo: a correlação existe, mas entre a ATM e a postura. Um paciente que tem má postura corporal não necessariamente precisa ter uma DTM pra existir essa relação, ele pode apenas ter uma posição de repouso mandibular em desequilíbrio.
Mas peraí, que termo é esse?
Learreta et al. (2004) definiram que a posição de repouso mandibular é aquela posição na qual os tônus musculares se acham em perfeito equilíbrio, onde clinicamente é a posição na qual a mandíbula se encontra suspensa no espaço pelos músculos crânio-cervico-mandibulares, em um indivíduo são, de pé, com a vista posta em um ponto distante situado na mesma altura dos olhos. Essa posição não é uma posição estática, mas é influenciável pela posição da cabeça.
Outra autora – essa, uma fisioterapeuta – afirmou que é necessário um equilíbrio entre as cadeias musculares anterior e posterior do pescoço para manter a cabeça na posição desejada, se referindo à postura crânio-cervical. E enquanto esse equilíbrio for mantido, a cabeça se encontrará perfeitamente equilibrada sobre a articulação atlanto-occipital, a coluna cervical demonstrará uma suave curvatura lordótica, enquanto os côndilos mandibulares ocuparão a porção média e superior da superfície articular do osso temporal, em relação cêntica. As alterações posturais da cabeça, do pescoço e ombros podem ocorrer no plano frontal ou sagital e estão associadas a diversos trabalhos com a DTM.
Pra isso, a manutenção do equilíbrio é fundamental, e a desorganização de um segmento do corpo implicará em uma nova organização de todos os outros, assumindo uma postura compensatória, que vai influenciar em funções motoras dependentes.
Os desequilíbrios entre a postura mandibular em relação ao sistema músculo-esquelético aparecem com frequência como fatores contribuintes para o surgimento de problemas do quadrante superior do corpo, com efeito nas funções estomatognáticas. Por outro lado, desvios posturais possibilitam o surgimento de disfunções na coluna cervical, osso hióide e no grupo de músculos mandibulares, influenciando na posição e nos movimentos mandibulares, diminuindo a capacidade de adaptação fisiológica, possibilitando assim a ocorrência de DTM.
Em suma, problemas posição da ATM levam a desvios posturais, e desvios posturais podem ocasionar um problema na postura da ATM. Mas na minha monografia eu não encontrei uma correlação entre a postura da cabeça e do alinhamento cervical quando referenciados às DTMs.
E o que mais eu descobri após a minha monografia? Que a Odontologia do Esporte não deixa de ser também a união entre o entendimento do fisioterapeuta com o do dentista no que diz respeito à equilíbrios musculares e melhora da performance esportiva.
Fonte do post: minha monografia. Gostaram? Em breve estará disponível para download aqui no blog. 😉
Olá! Descobri DTM (deslocamento dos discos) por acaso, depois de muitos exames e consultas médicas devido a dores no pescoço, costas, cabeça e tonturas (ps:não tenho dor na atm, apenas estalos ao abrir a boca). Dentre todos exames feitos, o unico com alteração foi RM das atms. Não é fácil achar um profissional especializado em DTM que acerte no tratamento, além de os custos serem altos sem cobertura pela maioria dos planos de saúde. Já tentei placa de michigan à noite e fisioterapia, sem sucesso nenhum. Tenho desvio da mandíbula p/ lado direito, parece que estou com a cabeça “torta”.
É possível não ter dor localizada na ATM, mas devido a disfunção, gerar dores e sintomas em outras partes do corpo? Qual seria o tratamento (aparelho, placa)? Se possível, poderia me recomendar algum colega especialista em Porto Alegre? Fui atleta de surf, mas continuo surfando diariamente, e tenho sentido muito cansaço e dores musculares. Desde já, agradeço a atenção! Ah, parabéns, adorei o blog!!!